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O Pasquim faz 50 anos como referência contra ditadura

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O Sesc Ipiranga, na zona sul de São Paulo, inaugurou nesta terça-feira (19) uma exposição para celebrar os 50 anos do jornal O Pasquim. A mostra, que é gratuita e fica em cartaz até abril de 2020, usa do título O Pasquim 50 anos para relembrar capas memoráveis e trabalhos censurados desse semanário que, com ironia e humor, atuou na resistência contra a opressão e a rigorosa censura imposta pela ditadura civil-militar.

Criado em 1969 e reconhecido até hoje pela forma irreverente que retratou os anos de chumbo, O Pasquim também ficou marcado por reunir em sua equipe nome consagrados, como Ziraldo, Henfil, Chico Buarque, Millôr Fernandes, Jaguar e Zélio Alves Pinto, que participou da abertura da mostra. “O Pasquim foi um momento, mais do que um jornal, foi um momento muito importante na inteligência brasileira (…) Esse conjunto de cabeças e propostas criou um veículo que é imortal e não pode ser esquecido nunca, ele publicava ideias”, destaca o também curador da exposição.

O professor aposentado Paulo Leibruder, que acompanhava a inauguração, lamentou ao repórter Jô Miyagui, do Seu Jornal, da TVT, que muitas das notícias nas capas de O Pasquim sejam ainda atuais e que a história esteja se repetindo. “O presidente está fazendo justamente o que o pessoal pensava naquela época. Ele ganhou a eleição através do voto, mas foi uma eleição ganha para que a ditadura fosse, talvez, ressuscitada”, explica Leibruder.

No total, O Pasquim teve 1.072 edições em 22 anos de existência. Para que o material não se perdesse, todas as publicações foram digitalizadas e estão disponíveis no portal da Biblioteca Nacional.