Sociólogo de Harvard diz que Bolsonaro planeja golpe

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Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia pela Universidade de Oxford (Inglaterra), escreve na edição desta segunda-feira (4) na Folha que “o debate sobre as intenções de Jair Bolsonaro está encerrado”.

Barros levanta a necessidade do impeachment e indaga se “será possível continuar assim por mais três anos”

“Jair Bolsonaro lançou seu filho Eduardo como boi de piranha para testar as águas do golpe de estado. Jair Bolsonaro ameaçou cancelar a concessão de TV da Globo porque ela fez denúncias contra ele. Jair Bolsonaro ameaçou os anunciantes da Folha e cancelou as assinaturas do jornal nos órgãos públicos federais. Jair Bolsonaro postou um vídeo em que o Supremo Tribunal Federal, a oposição, toda a imprensa e a CNBB são caracterizados como hienas, e o fez para preparar uma radicalização” – escreve Celso Rocha de Barros.

“Pode haver indícios mais fortes de que o presidente conspira contra a democracia? Sim, pode. Mas quando eles chegam —quando se fecha o Congresso, quando se prendem ministros do STF, quando se executa opositores e jornalistas— não dá mais tempo de fazer nada. Se é isso que você está esperando para dizer que Bolsonaro é autoritário, lembre-se que aí você não vai mais ter o direito de dizê-lo”.

Depois de elogiar a reação da mídia e dos parlamentares, Celso Rocha de Barros questiona a falta de atitude do Exército brasileiro, onde “faltou aquele general chileno que disse que não, não estava em guerra com ninguém”.

Também o ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi alvo de crítica: “Moro, que não seria ninguém sem o Estado de Direito e a liberdade de imprensa, calou-se”.

Celso Rocha de Barros aborda também o tema do impeachment de Bolsonaro. “Até agora, mesmo a oposição tem hesitado em propor impeachment. Tanto a esquerda quanto a direita moderada esperam que o autoritarismo bolsonarista apodreça sozinho. Isso seria mesmo melhor para o Brasil”.

“Mas será possível continuar assim por mais três anos? Há algum acordo possível, algum pacto, alguma nova coalizão que mantenha Bolsonaro sob controle até 2022?”

Redação com UOL