Bolsonaro acusa Witzel de interferir no caso de Flávio

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 Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil / CP

O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta quinta-feira a operação que teve como alvo o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), dizendo que “o Brasil é maior do que pequenos problemas” e que fala por si, não pelos outros. Questionado sobre se há “armação”, Bolsonaro insinuou a participação do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), no caso e afirmou que não dá palpite em decisões de outros poderes.

O presidente falou com jornalistas por mais de dez minutos sob a chuva ao deixar o Palácio da Alvorada. Ele, inicialmente, disse que não responderia sobre “outros casos” que não a questão indígena, diante do amplo noticiário sobre a operação do Ministério Público do Rio deflagrada ontem contra seu filho.

Ao se aproximar dos jornalistas, Bolsonaro começou com um discurso. “Pessoal da imprensa, tenho o maior prazer em conversar com vocês. Quando descamba para um lado pessoal dos outros, eu não vou responder. Não dou palpite em decisões de outros poderes”, afirmou. “O Brasil é muito maior do que pequenos problemas. Os meus, eu falo sobre mim. Os dos outros, não tenho nada a ver com isso.”

Bolsonaro citou, então, diversos casos em que seu nome foi envolvido, como a acusação de racismo feita contra ele pela deputada Maria Rosário (PT-RS) e a citação a seu nome por um porteiro do condomínio onde morava, no Rio, e onde também moravam suspeitos de assassinar a vereadora Marielle Franco, em março de 2018.

Os repórteres questionaram, então, se ele acreditava que a operação do MP fluminense contra Flávio era uma armação. Ele respondeu citando o governador do Rio.

“Vocês sabem o caso do Witzel comigo. Foi amplamente divulgado aí, inteligência levantou”, disse. “Já foi gravada conversa entre dois marginais citando o meu nome para dizer que eu sou miliciano”, completou, sem deixar claro a que gravação ou grupo de inteligência se referia.

Flávio, o policial militar aposentado Fabrício Queiroz e outros ex-assessores do senador estão entre os 24 alvos da operação que apura uma suposta lavagem de dinheiro no esquema conhecido como “rachadinha”, que consiste em coagir funcionários de um gabinete a entregar parte dos salários para um parlamentar.

No caso investigado pelo MP-RJ, a operação remonta ao período em que Flávio era deputado estadual no Rio, entre 2007 e 2018.

Ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle também foi alvo da operação.

Ontem, Bolsonaro esteve com Flávio e com o advogado da família, Frederic Wassef, no Palácio da Alvorada. Questionado sobre isso, Bolsonaro respondeu: “Ele [Wassef] é meu advogado no caso Adélio”, disse, em referência a Adélio Bispo, autor da facada que Bolsonaro levou em um evento de campanha no ano passado em Juiz de Fora.

Valor Econômico