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Ele defende o fim do dia da consciência negra

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O presidente nomeado da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Nascimento de Camargo, afirmou nesta terça-feira (10) que o Dia da Consciência Negra precisa acabar. Acrescentou que, na opinião dele, a data foi criada pelo campo político de esquerda para “propagar o vitimismo”.

A nomeação dele está suspensa desde o último dia 4, por determinação da Justiça Federal do Ceará – o governo informou já ter recorrido da decisão.

“Claro que tem que acabar o Dia da Consciência Negra, que é uma data da qual a esquerda se apropriou para propagar vitimismo e ressentimento racial. Isso não é uma data do negro brasileiro. Isso é uma data de minorias empoderadas pela esquerda, que propagam o ódio, ressentimento e a divisão racial”, afirmou.

Levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês passado mostra que o trabalhador branco ganha por hora 68% mais que pretos e pardos.

Além disso, segundo um levantamento feito pelo G1 no ano passado mostrou que os brancos são maioria em empregos de elite, e os negros, em vagas sem qualificação.

Nas redes sociais, Sérgio Nascimento já disse que a escravidão foi “terrível”, mas “benéfica para os descendentes” dos escravos porque, na opinião dele, “negros do Brasil vivem melhor que os negros da África”.

Na entrevista concedida nesta terça-feira, Sérgio Nascimento foi questionado sobre o conteúdo das postagens nas redes sociais. Respondeu, então, que houve “deturpação” do material publicado.

“Eu nunca neguei a existência do racismo no Brasil, isso é uma deturpação das minhas postagens nas redes sociais. Eu afirmo que há racismo. O racismo, porém, não é estrutural, segundo tese da esquerda. Ele é circunstancial”, respondeu.

Também no Planalto, o secretário de Cultura, Roberto Alvim, foi questionado se “endossa” as falas de Camargo sobre escravidão. Alvim disse, então, que as explicações cabem ao chefe da Fundação Palmares.

Na entrevista, o secretário de Cultura acrescentou que Bolsonaro “está muito tranquilo” em relação aos nomes escolhidos por ele para os cargos vinculados à secretaria.

“O que nós estamos lutando é pelo renascimento do conceito de obra de arte. Obra de arte tem múltiplos significados, ela não dirige o pensamento das pessoas, ela não faz propaganda política, não é um palanque político, não é um veículo partidário”, declarou Alvim.

O secretário enfatizou ainda que, “de maneira nenhuma”, fará “estrutura de propaganda de qualquer ideologia que seja”.

Alvim também afirmou ser “terminantemente contra qualquer forma de censura”, exceto “quando a obra vilipendia crianças que são indefesas e expõe essas crianças a conteúdos absolutamente impróprios para essas crianças”.

“Nesse caso, a liberdade de expressão do artista deve ser, ficar em segundo plano em relação ao direito das crianças, é o único caso em que eu problematizo o conceito de liberdade de expressão”, ressaltou.

G1