Para Bolsonaro taxação de aço é “promessa no twitter”

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Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 4, que a imposição de tarifa dos Estados Unidos no aço brasileiro, anunciada pelo presidente americano Donald Trump, ainda não é oficial. Segundo o presidente, o Brasil é o “pobre da história” e que a medida de Trump não é definitiva por se tratar de uma promessa de Twitter. Assim como o colega americano, Bolsonaro é usuário assíduo da rede social e a usa para falar sobre medidas de governo.

“Não sei quantas vezes a economia deles é maior que a nossa. Várias vezes. A gente tá com estilingue e eles estão com .50 (calibre de arma). Acho um certo exagero o que está acontecendo. Por enquanto não foi sobretaxado nada, só tem a promessa dele no Twitter”, afirmou Bolsonaro.

Aliado do presidente americano, Bolsonaro negou estar decepcionado com Trump por causa da possível taxação dos produtos brasileiros. “Não tem decepção porque não bateu o martelo ainda. Não é porque um amigo meu falou grosso numa situação qualquer que eu já vou dar as costas para ele”, afirmou, reforçando ter relação cordial com o mandatário americano. O presidente brasileiro, entretanto, não disse se ligou para Trump para falar sobre a questão. Na segunda-feira, após o tuíte de Trump, Bolsonaro afirmou que poderia ligar para o colega para resolver o caso.

Trump anunciou pelo Twitter na última segunda-feira, 2, que vai retomar as tarifas sobre aço e alumínio vindos de Brasil e Argentina. O republicano afirmou que a medida será tomada por causa da desvalorização das moedas dos dois países sul-americanos em relação ao dólar.

“Brasil e Argentina estão promovendo uma desvalorização maciça de suas moedas, o que é ruim para os nossos agricultores. Portanto, tendo efeito imediato, eu vou restaurar as tarifas sobre aço e alumínio que são importados aos Estados Unidos desses países”, escreveu Trump na rede social. Os EUA são os maiores compradores de aço brasileiro.

Bolsonaro refutou a acusação de desvalorização artificial da moeda. “O mundo tá globalizado, a própria briga comercial [entre] Estados Unidos e China influencia o preço do dólar aqui. Várias vezes o Roberto Campos (Neto, presidente do Banco Central) interferiu vendendo dólares. Nós não queremos aqui aumentar artificialmente… Nós não estamos aumentando artificialmente o preço do dólar”, afirmou.

O real foi a quarta moeda que mais perdeu valor em relação ao dólar no mês de novembro, segundo levantamento da Austin Rating que compara as variações de 121 moedas no mundo. O real se desvalorizou 5,2% frente ao dólar em novembro, ficando atrás somente do bolívar soberano, da Venezuela (-36,1%), do kwacha, da Zâmbia (-9,3%), e do peso do Chile (-8,1%).

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