Protestos no Chile derrubam economia

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Foto: Henry Romero/Reuters

O governo do Chile reduziu nesta segunda-feira 2 para 1,4% a previsão do crescimento econômico para 2019, 0,8 ponto porcentual a menos que a última projeção. A estimativa para 2020 é de uma expansão de 1% a 1,5% devido à crise social que o país vive há mais de 40 dias.

“Não são meros números, significam que milhares de empresas e empregos estão hoje em risco. Enquanto o país não retomar a normalidade, a atividade econômica funcionará pela metade”, disse o ministro da Fazenda, Ignacio Briones, em entrevista coletiva na qual também anunciou um plano de 5,5 bilhões de dólares (23 bilhões de reais) para reativar a economia.

As causas para o novo ajuste, segundo o ministro, são evidentes: a violência, os saques e a destruição frearam a economia, com um custo enorme para os chilenos.

O governo, que calcula a perda de 300.000 vagas de trabalho ao fim do ano, já corrigiu em baixa o crescimento do produto interno bruto (PIB) para 2019 no início de novembro, entre 2% e 2,2%, longe dos 3,5% estimados meses antes.

O anúncio desta segunda-feira vem horas após a divulgação dos dados que mostram que a economia chilena caiu 3,4% em outubro em relação ao mesmo período do ano passado – o pior registro em dez anos – devido ao impacto da crise social no comércio e nos serviços.

“Os resultados são muito negativos e preocupantes. Estimamos que os números de novembro também serão negativos”, comentou o ministro, que detalhou que o plano anunciado tem como objetivo “proteger o emprego, reviver a economia e reconstruir e apoiar as micro, pequenas e médias empresas”.

O plano busca criar 100.000 vagas de trabalho em 2020 e aumentar o gasto social em 9,9% – o maior aumento desde 2009.

Uma pesquisa da consultoria Cadem divulgada na segunda-feira também mostrou que a popularidade do presidente do Chile, Sebastián Piñera, caiu para 10%, o patamar mais baixo já registrado por um chefe de Estado desde a redemocratização do país, em 1990.

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