Um ano depois, assassinato de ativista na BA permanece impune

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Em 27 de dezembro de 2018, três homens armados e encapuzados invadiram a casa em que Pedro Henrique Santos Cruz Souza estava, no município de Tucano, na Bahia. Ao perceber que o local havia sido invadido, o ativista pelos direitos humanos de 31 anos, sentou-se na cama. Os invasores, então, deram-lhe voz de prisão. Acostumado com abordagens violentas da polícia militar, Pedro levantou os braços em sinal de rendição. Nesse momento, os criminosos efetuaram dois disparos de arma de fogo, atingindo a cabeça do ativista, em seguida, mais seis disparos, totalizando oito disparos de arma de fogo.

Pedro era organizador da Caminhada da Paz, na cidade de Tucano. Ele iniciou sua militância após ser vítima de violência policial, em 2012. Por ter denunciado diversas vezes as abordagens violentas que sofrera de policiais militares e guardas municipais, o rapaz foi perseguido durante anos pelos agentes de segurança pública do governo do estado da Bahia e do município de Tucano.

Após meses da data do crime, o inquérito da Polícia Civil foi concluído, apontando como assassinos os soldados Bruno Montino e Sidiney Santana. Estes, entretanto, não foram afastados do trabalho e continuam atuando no policiamento da cidade de Tucano. Segundo a Ponte Jornalismo, o Ministério Público não divulga informações sobre caso, que segue sob sigilo.

Entre 2014 e 2018, Pedro Henrique denunciou ao Ministério Público diversos episódios em que foi vítima de abuso policial, mas não foram tomadas providências para garantir sua segurança e preservar sua vida. Além dos acusados do crime contra a vida do ativista, o tenente Alex Andrade da polícia militar do estado da Bahia, fez diversas ameaças durante abordagens policiais que realizou contra o rapaz.

Em manifestação de repúdio à violência policial e para exaltar a memória e a luta do Pedro, no dia 29 de dezembro de 2019, às 13 horas, na Praça do Bradesco, em Tucano, será realizado o “Tributo Pedro Vive”. O evento está sendo organizado por familiares e amigos do ativista, que seguem firmes na resistência às arbitrariedades praticadas, de forma sistemática, por agentes da segurança pública.

Tulipa Negra Direitos Humanos.