A Guerra Cultural vai continuar

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A demissão de Roberto Alvim e a péssima repercussão do malfadado vídeo com alusões ao nazismo foi um revés para a guerrilha bolsonarista, mas não deverá motivar um cavalo de pau no rumo da política cultural do governo, dizem aliados de Jair Bolsonaro. Até porque Alvim vinha sendo saudado pelo próprio presidente, celebrado pelo núcleo ideológico e apontado como modelo de gestor para outras áreas do governo. A ordem de preencher cargos na Cultura e na Educação com soldados da causa bolsonarista está mantida, segundo os aliados.

Vaga. É claro que Regina Duarte, se aceitar o convite do presidente, terá mais autonomia e “bom senso” do que Alvim, dizem esses aliados. Mas o grosso das nomeações de primeiro e segundo escalões continuarão nas mãos do clã e de seus influentes conselheiros.

A ver. Apesar da amplitude do caso, foi bem avaliada por diplomatas e parlamentares a rapidez com que Bolsonaro respondeu com a demissão. Acham que não haverá mais grandes repercussões.

Quem manda. Marcelo Álvaro Antônio não participou da decisão do destino de Alvim. Foi informado, segundo auxiliares, por um ministro palaciano. O ministro do Turismo sequer questionou o veredicto. O caso era “indefensável”, disse um interlocutor.

In. Um dos auxiliares que participou das conversas em torno da demissão foi Célio Faria Júnior, assessor próximo de Bolsonaro, da ala ideológica conhecida como “gabinete do ódio”.

Solo sagrado. Além da preocupação com a comunidade judaica, a demissão de Alvim foi também uma sinalização ao eleitorado evangélico de Jair Bolsonaro, fortemente ligado à Israel.

Estadão.