Bolsonaro desiste de esvaziar Moro

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Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que, “no momento”, a proposta de recriação do Ministério da Segurança “tem chance zero” de prosperar. Após desembarcar em Nova Déli, na Índia, onde cumpre agenda oficial, o presidente disse nesta sexta-feira, 24, que é “lógico” que ideia está “descartada”. “A chance no momento é zero”, afirmou. Em seguida, no entanto, ponderou: “Não sei amanhã. Na política, tudo muda, mas não há essa intenção de dividir (o Ministério da Justiça). Não há essa intenção.”

O presidente havia admitido nesta quinta-feira 23 que a proposta seria estudada, já que é uma demanda de diversos secretários de segurança estaduais, com quem havia se reunido no dia anterior. A jornalistas, Bolsonaro concordou que seria “lógico” que Sergio Moro não aprovaria a ideia e que o ministro da Justiça permaneceria no cargo atual em caso de cisão.

Se isso ocorresse, Moro sairia enfraquecido, pois perderia o controle da Polícia Federal (PF), que atualmente responde administrativamente à Justiça, além de uma de suas principais bandeiras políticas: a que da na taxa de homicídios no país. A interlocutores, o ministro da Justiça não escondeu a insatisfação sobre a possibilidade de desmembramento de sua pasta.

Após a repercussão das declarações, o presidente moderou o discurso e aproveitou para reforçar os bons números no combate à violência. “O Brasil está indo muito bem. Segurança pública, os números indicam que está indo no caminho certo, e a minha máxima é: em time que está ganhando, não se mexe”, resumiu.

O presidente avaliou que alguns secretários de segurança podem estar bem intencionados ao sugerir a recriação da pasta, mas considerou que outros podem querer “enfraquecer o governo”. Bolsonaro também afastou o risco de desgaste entre ele e Moro. “Não existe qualquer atrito entre eu e Moro, eu e (Paulo) Guedes, e qualquer outro ministro”, declarou.

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