Cisão dos ministérios mostra tensão entre Bolsonaro e Moro

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Foto: Adriano Machado/Reuters

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 23, que o ministro Sergio Moro vai seguir no comando da Justiça caso o Ministério da Segurança Pública seja recriado. A separação das duas pastas é uma demanda de secretários estaduais de segurança pública e não foi descartada pelo presidente.

“Se for criado (o Ministério da Segurança), aí ele (Moro) fica na Justiça. É o que era inicialmente. Tanto é que, quando ele foi convidado, não existia ainda essa modulação de fundir com o Ministério da Segurança”, disse Bolsonaro, antes de embarcar para a Índia, na saída do Palácio da Alvorada.

A declaração acontece um dia após um encontro com secretários de segurança pública, em que o presidente admitiu que estudaria reformular a estrutura ministerial. “É comum receber demanda de toda a sociedade. E ontem (quarta-feira) eles (secretários de segurança) pediram para mim a possibilidade de recriar o Ministério da Segurança. Isso é estudado. Estudado com o Moro. É lógico que o Moro deve ser contra, né? Mas é estudado com os demais ministros”, afirmou Bolsonaro.

A eventual recriação do Ministério da Segurança representaria uma derrota a Moro, que perderia uma de suas principais bandeiras: a queda na taxa de homicídios. Além disso a pasta da Justiça sofreria um esvaziamento, com a saída da Polícia Federal (PF), que hoje responde administrativamente à Justiça.

Segundo Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), é favorável à recriação da pasta de Segurança. “Acredito que a Comissão de Seguraça Pública (da Câmara), como trabalhou no passado, também seja favorável. Temos que ver como se comporta esse setor da sociedade para melhor decidir”, concluiu.

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