Coronavírus: venda de máscaras de proteção dispara

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Foto: Divulgação/Medicar

A busca por máscaras de proteção contra vírus e bactérias disparou nesta semana em Niterói, mesmo após o Ministério da Saúde ter descartado a suspeita de um caso de coronavírus na cidade na última segunda-feira (27). Em algumas lojas, a procura já ultrapassou as vendas de um mês inteiro e o produto começa a ficar em falta.

Profissionais da área da saúde — que trabalham em clínicas e hospitais — e pessoas que vão viajar são os que mais estão na corrida pela proteção. O receio é que, caso sejam confirmados mais doentes no Brasil (são três) e até no Rio de Janeiro, as máscaras não sejam mais encontradas.

Raquel Medeiros Monteiro, sócia da Medicar, loja de Icaraí, na Zona Sul de Niterói, afirma que só na última terça-feira (28) foram vendidas mil unidades da máscara reforçada, que possui filtros contra contaminantes, a média que costuma ser vendida em um mês. Restam ainda unidades, que também protegem, da mais simples. A questão agora é encontrar os produtos para reposição.

— As pessoas estão assustadas, com medo de que a doença chegue em Niterói e não têm acreditado muito que o caso foi descartado. Entrei em contato com muitos fornecedores, alguns já não tem o produto e outros estão com preços exorbitantes — observa, completando que clientes já sentem dificuldade para encontrar o produto na cidade.

Já na Bisturi, outra loja especializada em materiais hospitalares de Icaraí, a procura também cresceu desde segunda-feira (27). Por lá, além de profissionais da saúde, a população busca por produtos para doar aos países que passam pelo surto. Nos últimos três dias, foram vendidas três mil unidades, porém, já há pedidos de 100 mil máscaras.

— Muitos clientes se juntaram em grupos para doar e ligaram perguntando se conseguimos exportar as máscaras — contou o vendedor Samuel Conceição.

O Ministério da Saúde divulgou nota afirmando que o caso relatado no Hospital Icaraí, no Centro de Niterói, não se enquadra na atual definição de caso suspeito para NCOV-2019 (o novo coronavírus), estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O fluxo de procedimentos seguirá para influenza. Até as 17h de terça-feira (28), três casos suspeitos da doença eram monitorados pelas autoridades de saúde brasileiras nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais.

De acordo com a pasta, os pacientes se enquadraram na atual definição de caso suspeito para coronavírus. Eles apresentaram febre e, pelo menos um sinal ou sintoma respiratório, e viajaram para área de transmissão local nos últimos 14 dias. A OMS aumentou o nível de alerta para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, por isso, o Ministério da Saúde orienta que viagens para a China devem ser realizadas em casos de extrema necessidade.

Em nota, o Hospital Icaraí esclareceu que o paciente, proveniente da China com quadro de tosse e dor de garganta, foi atendido na emergência da unidade, na última sexta-feira (24). Como o mesmo não apresentou febre, o caso não foi classificado como suspeito, mas a Vigilância Sanitária foi notificada. O paciente, segundo a unidade, está em isolamento desde seu atendimento na emergência, não oferece riscos para pacientes ou colaboradores e terá alta quando estiver restabelecido.

O Globo