Partido fascista de Bolsonaro patina

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Foto: Evandro Éboli/VEJA

O Aliança Pelo Brasil, partido que Jair Bolsonaro tenta criar a tempo de disputar eleições municipais deste ano, cria mecanismos que ao mesmo tempo burocratiza e torna vagaroso o processo e que também busca “fidelizar” o apoiador que assinar a ficha de apoiamento à criação da legenda. Apesar de entender o contrário.

Assinar apoio de criação de partido não significa filiação a essa legenda.

Na busca pelas 491.976 mil assinaturas para registrar o partido no TSE, que precisa conferir cada um desses apoios, o Aliança exige que o bolsonarista leve sua ficha de adesão à criação do partido ao cartório de notas e a firma de sua assinatura seja reconhecida. Seus dirigentes estaduais fazem hoje uma campanha nacional nesse sentido.

É algo não exigido na lei hoje e que pode não ter efeito prático, já que a Justiça Eleitoral tem que checar cada uma.

O Aliança está tentando transformar os cartórios num agente político, segundo um especialista ouvido pelo Radar. Ao orientar seus simpatizantes, os dirigentes informam que, depois de preencher as fichas com seus dados, o eleitor precisa reconhecer a autenticidade na frente de um escrevente no cartório.

“O reconhecimento de firma de sua assinatura em cartório nos dará maior possibilidade de aceite de seu apoiamento pela Justiça Eleitoral. Seu esforço tornará mais rápida e garantida a formação desta Aliança pelo Brasil”, orienta o Aliança.

Segundo a orientação do partido, o escrevente precisa subscrever a ficha de apoio do eleitor bolsonarista, o que deve enfrentar resistências cartórios a fora.

“Os cartórios de notas e o reconhecimento de firma por autenticidade são um reforço na condição de aceite de seu apoiamento. Sejamos corteses e com uma maneira civilizada conseguiremos nosso objetivo. Cartório de Notas: civismo é a palavra chave. O tabelião e o escrevente são profissionais do Direito e dão fé pública a seu documento. O Cartório de Notas, querendo ou não, ao cumprir o reconhecimento de firma por autenticidade é um Aliado do cidadão”.

Outra orientação é que, caso o cartório negue abonar a ficha de apoio, o bolsonarista deve pedir a alguém próximo com titulo de eleitor que assine como coletor da assinatura. Se não conseguir convencer o cartório, o “aliado” deve enviar a ficha a uma Caixa Postal do partido em São Paulo.

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