Política ambiental de Bolsonaro afasta investidores

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Investidores estrangeiros têm levado as preocupações com o meio ambiente às conversas com a equipe econômica, disse nesta terça-feira o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Segundo ele, isso está no “radar” do governo e essas preocupações serão cada vez mais importantes para decisão sobre investimentos e alocação de recursos.

– Os fundos de investimentos questionam e têm perguntado muito sobre meio ambiente. São principalmente fundos da Europa ou canadense, que enfatizam muito essa preocupação. Isso é um movimento global – disse Mansueto.

Para o secretário do Tesouro, o Brasil tem uma boa legislação ambiental, além de fiscalização feita não só pelo governo federal, como também pelo Ministério Público Federal (MPF).

– A fiscalização de meio ambiente envolve diversos órgãos públicos – disse ele, acrescentando: – Meio ambiente é um tema importante, isso está no radar do governo.

As discussões sobre sustentabilidade dominaram a reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, na semana passada. Durante o evento, cerca de 140 das maiores empresas do planeta aderiram a um projeto para divulgação do impacto ambiental e social de seus negócios.

A adesão inclui as chamadas “quatro grandes” consultorias de pesquisa — Deloitte, EY, KPMG e PriceWaterhouseCoopers (PwC) —, que ajudariam a preparar as métricas da iniciativa.

Na semana passada, o governo anunciou a criação do Conselho da Amazônia, que será comandado pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Ele deverá coordenar ações de vários ministérios para a “proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia”. Mourão irá utilizar a estrutura da própria vice-presidência.

O secretário do Tesouro afirmou que a criação desse conselho é uma sinalização importante para investidores internacionais.

– É mais um sinal positivo, porque vai ter um vice-presidente da República envolvido na preservação da Amazônia. A questão do meio ambiente será cada vez mais relevante para a decisão de investimentos – disse Mansueto.

O governo prevê, neste ano, fazer emissões de títulos públicos em euro. Isso não ocorre desde 2014. Se confirmada, a emissão pode servir de termômetro sobre as preocupações dos europeus para a sustentabilidade no Brasil.

– Em geral, investidores europeus são mais preocupados com finanças sustentáveis. Isso é uma questão relevante – disse José Franco de Moares, subsecretário da Dívida Pública do Tesouro.

O Globo