PSL prepara expulsão de bolsonaristas

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Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ano é novo, mas a guerra intestina entre a ala bivarista e a ala bolsonarista no PSL não arrefeceu durante o recesso parlamentar. Após revés judicial que suspendeu as punições que a direção do partido, comandada pelo deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), havia dado a 14 parlamentares mais ligados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o PSL abriu novos processos disciplinares e deve expulsar alguns deputados ainda em janeiro, antes da volta dos trabalhos no Congresso Nacional.

A ideia da ala bivarista é recomeçar o ano tirando da liderança da sigla na Câmara o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que retomou a posição em dezembro do ano passado, após a suspensão de 14 membros da ala bolsonarista, incluindo Eduardo, ter sido cancelada liminarmente pela Justiça.

A liminar apontava problemas no processo de punição, incluindo descumprimento de prazos. “Foram refeitos os processos, inclusive com fatos novos relativos à criação do outro partido, a Aliança pelo Brasil. Eles foram notificados, tudo conforme as regras partidárias”, afirma o deputado federal Junior Bozzella (PSL-SP), uma liderança da ala bivarista.

“E desta vez não serão apenas suspensões. Vamos expulsar alguns que cometeram faltas mais graves”, garante Bozzella, sem adiantar nomes. “O fato é que não faz sentido eles ficarem lutando por poder em um partido do qual não querem mais fazer parte”, completa o parlamentar.

Além de terem oficializado a divisão interna com a criação da ala Brasil acima de Tudo do PSL, 25 parlamentares da ala bolsonarista entraram com uma ação declaratória de justa causa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último dia 17 de dezembro para pedir a saída do partido sem a perda dos mandatos.

Estão na ação, Eduardo Bolsonaro, Bibo Nunes, Alê Silva, Bia Kicis, que já foi expulsa da sigla, Carla Zambelli, Carlos Jordy, Daniel Silveira, General Girão, Filipe Barros, Junio Amaral, Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Márcio Labre, Sanderson e Vitor Hugo.

O ministro sorteado para relatar a reclamação foi Edson Fachin, mas ele não tomou nenhuma decisão antes de sair de recesso e a questão continua em aberto.

Representante da ala bolsonarista, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse que não pretende mudar de posição em relação à vontade de sair do partido, mas que vai investir em uma convivência minimamente civilizada enquanto isso não acontecer. “É ruim não ter mais acesso a nossos postos em comissões, por exemplo, porque é nosso trabalho. Mas espero que haja uma solução rápida para acabar com o problema”, disse ela.

Metrópoles