Pussy Riot “homenageia” Bolsonaro

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Foto: Reprodução

O coletivo punk Pussy Riot, que se apresenta nesta quinta-feira em São Paulo, no festival Verão Sem Censura, publicou em seu perfil no Instagram o cartaz oficial de sua passagem pelo Brasil. Na ilustração, está representado o rosto de Jair Bolsonaro delineado por tonéis com símbolo de radiação estampado, além de chaminés soltando fumaça, lixo e caveiras.

E sobre a cabeça do presidente está desenhada uma performance com guitarras e bandeiras erguidas. “Sobre esta cabeça feita e cheia de restos as Pussy Riots cantam e dançam. Nós somos Pussy Riots”, diz a legenda do post.

Quando confirmou sua participação no festival Verão Sem Censura, que reúne peças, filmes e shows que foram alvos de críticas e outras dificuldades impostas pelo governo, a integrante do coletivo Masha Aliôkhina recebeu mensagens de brasileiros alertando sobre as semelhanças entre Putin e o presidente Jair Bolsonaro. Ela tende a concordar:

— Quero ver com meus próprios olhos, mas me parece que Bolsonaro não é muito favorável à liberdade. Infelizmente, vejo semelhanças entre Bolsonaro e Putin. Os dois querem se apresentar com um “paizão”, como protetores de uma grande nação.

Na quinta, às 20h, Masha toca com a rapper Linn da Quebrada em frente ao Centro Cultural São Paulo, na programação do Verão Sem Censura.

Ano passado, a banda americana de punk rock Dead kennedys acabou cancelando a turnê que faria em maio no Brasil após uma enorme polêmica envolvendo um cartaz da turnê publicado nas redes sociais.

Na ilustração, uma família de palhaços armados vestindo camisas que lembram a da seleção brasileira se abraçam e sorriem, enquanto uma favela pega fogo ao fundo. Tanques de guerra pilotados por outros palhaços e sangue escorrendo também são vistos na imagem, em que um dos filhos fala “I love the smell of poor dead in the morning!”. Em tradução livre, “eu amo o cheiro de pobre morto na manhã”, escrito em inglês propositalmente incorreto.

Horas depois, assustada com a repercussão, a banda soltou um comunicado em sua página no Facebook afirmando que o pôster, de autoria do ilustrador alagoano Cristiano Suarez, foi divulgado pela produtora responsável pelos shows e não teve autorização da banda.

Disse o comunicado da Dead Kennedys no Facebook: “Ok Pessoal; o promotor no Brasil realmente não soube como gerenciar as coisas da forma correta. Sem nos contatar sobre o assunto, ações estúpidas foram tomadas e que fizeram com que os pregadores de ódio se manifestassem por todos os lados. Mesmo assim, nós consideramos que o pôster ficou bem legal e concordamos com a idea; as consequências criaram uma situação bastante perigosa para nossos fãs que frequentam nossos shows. Nós nunca colocamos nosso público em risco, visto que isso não representa o que somos. Por esta razão, infelizmente estamos bastante tristes em informar que a banda não mais poderá tocar no Brasil este ano”.

O Globo