Venda direta de etanol pode ampliar sonegação

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Foto: Paulo Fridman/Corbis

Em encontro com usineiros do Nordeste nessa semana, Jair Bolsonaro reforçou sua promessa de campanha de colocar para andar a venda direta de etanol.

O tema virou briga entre usineiros e distribuidores de combustíveis, pois a venda direta deve mexer com uma cadeia milionária de logística e transporte.

Um estudo elaborado por uma grande consultoria mostra que o impacto na cadeia de distribuição seria bilionário. Como a distribuição das usinas pelo país não segue critérios de demanda, as distâncias percorridas para levar o etanol vendido diretamente ao consumidor cresceriam significativamente, elevando os gastos de logística em quase 1 bilhão de reais.

Os resultados do estudo “demonstram um crescimento do custo de transporte por volta de 20% com a venda direta de etanol das usinas para os postos revendedores, representando 181 milhões de reais, quando aplicado modelo de abastecimento usina-município em todo o Brasil”, diz o estudo.

Outras perdas potenciais relacionadas à contratação comercial dos fretes na utilização da venda direta também são estimadas: “Aumento do frete usina-base para etanol anidro, por perda de escala na contratação: R$ 34 milhões. II)Aumento do frete base-distribuição para diesel B e gasolina C por perda de escala na contratação: R$ 252 milhões.”

Ainda segundo o estudo, a consequência da venda direta seria “a perda de toda a eficiência logística baseada em transporte de alto volume e ganhos de escala, resultando no aumento do preço do produto”.

Isso sem contar o aumento na sonegação fiscal, estimada em 20 bilhões de reais no setor, diante de um universo maior de vendedores a fiscalizar.

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