Aumenta taxa de desemprego que atinge 11,9 milhões, diz IBGE

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Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (28) os primeiros números do ano sobre o mercado de trabalho. A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, atingindo 11,9 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua).

Em relação trimestre encerrado em janeiro de 2019, quando a taxa foi de 12%, houve queda de 0,8 ponto percentual. Já em relação ao trimestre encerrado em outubro, o recuo foi de 0,4 ponto percentual.

Na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, entretanto, quando a taxa foi de 11%, houve alta de 0,2 ponto percentual – o primeiro avanço desde o trimestre encerrado em março do ano passado. O IBGE, no entanto, só considera comparáveis os resultados de um mesmo trimestre e de 3 meses de intervalo.

O resultado ficou ligeiramente abaixo da mediana das projeções de 32 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, de alta para 11,3%. As projeções colhidas iam de 10,8% a 11,9% para o período.

Tanto na comparação com o trimestre anterior, terminado em outubro, quanto com o mesmo trimestre do ano passado, houve queda da população desocupada. Eram 12,625 milhões em janeiro e 12,367 milhões em outubro. Agora, o número de desempregados foi estimado em 11,913 milhões. No 4º trimestre de 2019, o número de desempregados, no entanto, foi de 11,6 milhões.

O país tem hoje 2 milhões a menos de desempregados do que tinha em abril de 2017, quando foi registrado o maior nível de desocupação da história (13,6%). Entretanto, ainda são 5,6 milhões de desocupados a mais do que em janeiro de 2014, quando foi registrada a menor taxa de desocupação (6,4%).

De acordo com a gerente da pesquisa, Adriana Beringuy, a desocupação caiu em função do aumento da inatividade. Na comparação com o trimestre terminado em outubro, a população fora da força de trabalho (que não estão procurando emprego e nem trabalhando) aumentou em 1,3% , o que equivale a um contingente de 873 mil pessoas. Com isso, o total de pessoas fora da força de trabalho chegou a 65,7 milhões.

“Foi uma das maiores expansões da inatividade para um mês de janeiro”, afirmou. Ela explicou, porém, que o aumento da população fora da força de trabalho é comum em janeiro, em função das férias escolares. “É muito cedo ainda pra gente afirmar que as pessoas vão se retirar do mercado de trabalho. Temos um efeito sazional muito forte interferindo nesses dados”, acrescentou.

O contingente de pessoas ocupadas (94,2 milhões), por sua vez, apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior. Porém, comparado ao mesmo período de 1 ano atrás, houve crescimento, um adicional de 1,9 milhão de pessoas.

Já o número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego) se manteve em 4,7 milhões, estatisticamente estável em ambas as comparações.

“O emprego foi mantido. Tivemos de um lado a manutenção do emprego e, de outro lado, um contingente grande de pessoas que pararam de procurar emprego. Ou seja, tirou uma pressão muito grande sobre o mercado de trabalho”, explicou a pesquisadora.
Segundo Adriana, “essas pessoas fora da força de trabalho são aquelas que não procuram trabalho”, mas que não se enquadram no desalento.

“Ela não desistiu depois de procurar, ela simplesmente não quer tomar uma providência efetiva para se ocupar, seja por motivo de férias ou qualquer outro motivo, não está disponível para trabalhar”, observou.

A taxa de informalidade recuou de 41,2% no trimestre de agosto a outubro de 2019 para 40,7% no trimestre encerrado em janeiro, representando um total de 38,3 milhões de trabalhadores informais.

Há 1 ano atrás, no entanto, a taxa era menor, de 40,6%.

“Esse recuo está associado à redução de aproximadamente 479 mil trabalhadores informais em relação ao trimestre móvel anterior”, destacou a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy.

No ano passado, a taxa média de desemprego no Brasil ficou em 11,9%, em um ano marcado pelo avanço da informalidade, que atingiu o maior nível desde 2016 e foi recorde em 19 estados e no Distrito Federal.

O número de empregados com carteira de trabalho assinada cresceu 1,5% em relação ao trimestre móvel anterior e chegou a 33,7 milhões. Já contra o mesmo trimestre do ano anterior o avanço foi de 2,6% (mais 845 mil pessoas)

Já a categoria dos empregados sem carteira assinada ficou estatisticamente estável em relação ao trimestre móvel anterior (11,7 milhões de pessoas). Já na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior cresceu 3,7% (mais 419 mil pessoas).

O número de trabalhadores por conta própria chegou também ficou estável (24,6 milhões) em relação ao trimestre encerrado em outubro. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 3,1% (mais 745 mil pessoas).

A pesquisadora do IBGE ponderou, porém, que ainda é cedo para avaliar se houve um aumento da carteira assinada em 2020. Isso porque os dados dessa pesquisa incluem os meses de novembro e dezembro, quando houve expansão da ocupação em função das contratações de fim de ano.

Apesar do aumento do número de brasileiros ocupados, a população subutilizada no país ainda soma um total de 26,4 milhões de pessoas. O número no entanto também caiu no trimestre encerrado em janeiro. Houve queda de 2,7% (menos 744 mil pessoas) frente ao trimestre móvel anterior e recuo de 3,4% (menos 919 mil pessoas) frente ao mesmo período do ano passado.

O número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 6,6 milhões, com queda de 5,7% (menos 403 mil pessoas)frente ao trimestre móvel anterior, mas praticamente o mesmo de 1 ano atrás.

O IBGE apontou que o rendimento médio real habitual do brasileiro se manteve estagnado no trimestre encerrado em janeiro, em ambas bases de comparação, ficando em R$ 2.361.

A massa de rendimento real habitual (R$ 217,4 bilhões) também ficou estatisticamente estável frente ao trimestre anterior, mas cresceu 2,2% frente ao mesmo trimestre do ano anterior.

G1