Biblioteca do Palácio do Planalto foi desmontada

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Foto: Evaristo Sá/AFP

A tradicional biblioteca da Presidência da República, localizada no anexo I do Palácio do Planalto, está sendo reduzida pela metade para receber e equipe do programa Pátria Voluntária, coordenado por Michelle Bolsonaro. O local também vai abrigar uma sala para a primeira-dama.

A coluna perguntou à Presidência qual o valor gasto com a reforma, mas não teve resposta. O governo também não quis comentar detalhes da obra e o motivo da diminuição da biblioteca.

Com um acervo de 42 mil itens e 3 mil discursos de presidentes, o local tem a função de preservar a memória dos presidentes do Brasil. Agora, a biblioteca terá seus espaços de estudo, convivência e leitura praticamente extintos. Também não terá mais capacidade de aumentar o acervo, segundo pessoas que acompanham as obras. Já a sala de Michelle e sua equipe ganhará até banheiro privativo.

A previsão é que os trabalhos iniciados na semana passada terminem no início de março. Essa é a segunda vez que o governo federal banca uma reforma para abrigar Michelle Bolsonaro e sua equipe na Esplanada. Há sete meses, foram gastos R$ 330 mil em obras no Ministério da Cidadania para adaptar salas para a primeira-dama e servidoras do Pátria Voluntária. Pessoas que trabalham na pasta afirmam que era raro Michelle aparecer por lá.

No fim do ano passado, o programa pátria voluntaria migrou da pasta da Cidadania para a Casa Civil, que funciona dentro do Palácio do Planalto.

– Nossa preocupação é o impacto dessa reforma na preservação da memória institucional do Brasil. Em todos os países, as bibliotecas presidenciais têm o objetivo de preservar o legado dos presidentes. – disse Fábio Cordeiro, presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia da 1ª Região.

As bibliotecas presidenciais disponibilizam ao público documentos e materiais históricos de todos os presidentes e de órgãos e servidores ligados à Presidência. A Biblioteca Presidencial do Brasil também documenta discursos e fotos oficiais dos ex-presidentes e garante acesso público a esse material.

O Globo