Bolsonaro nega que governa de olho na reeleição

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Foto: EVARISTO SA/AFP

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que não governa preocupado com a eventual reeleição em 2022 e disse que é “imbrochável” frente às críticas que vem recebendo da imprensa. Em entrevista de 50 minutos no Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que quem se preocupa com política “não dá certo”.

“Não estou preocupado com reeleição. Pode continuar escrevendo o que bem entender. Não vou brochar para atender vocês [jornalistas] pensando em reeleição. Eu sou imbrochável”, afirmou Bolsonaro.

Apesar de reforçar que não está preocupado com a reeleição, Bolsonaro distribuiu ataques aos governadores João Doria, de São Paulo, e Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, que são potenciais adversários na eleição presidencial de 2022.

“Você já me viu atacando o Witzel em algum momento atacando o Witzel ou o Doria? [] Doria e Witzel são candidatos em 2022. Direito deles. Agora, me colocar como obstáculo, eu tenho que ser massacrado para atingir seus objetivos?”, disse o presidente. “Me elegeram como alvo, tem que derrotar esse cara para que eles disputem o segundo turno com o PT”, afirmou.

Bolsonaro disse que não autorizou Doria a se associar a ele em 2018. Para Bolsonaro, o tucano foi oportunista ao usar o termo “Bolsodoria” para ampliar suas chances frente ao então governador e candidato à reeleição, Márcio França, do PSB.

Ao fazer uma ‘live’ no Facebook, o presidente retomou as críticas a adversários políticos, inclusive a integrantes do PSL, partido pelo qual foi eleito.

Bolsonaro fez uma transmissão de 1h12 para mostrar que acompanhou o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a decisão do Senado americano de derrubar o processo de impeachment.

Durante a ‘live’, Bolsonaro criticou o senador republicano Mitt Romney, de Utah, que votou pelo impeachment de Trump na acusação de abuso de poder. “Lá também houve um traíra”, declarou o presidente brasileiro. Em seguida, afirmou que há traidores no Brasil ao mencionar a briga com integrantes do PSL, aliados do presidente nacional da sigla, deputado Luciano Bivar (PE).

Segundo o mandatário, os “traidores” também votariam contra ele se ocorresse um processo de impeachment em sua gestão.

Ontem, Bolsonaro afirmou na live que discutiria com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o envio da reforma administrativa ao Congresso. “Estamos na iminência de mandar a reforma administrativa para o Congresso, vamos conversar também sobre a reforma tributária”, afirmou Bolsonaro.

Durante a transmissão ao vivo, o presidente elogiou medidas adotadas pelo americano, como redução de juros para empresários, e afirmou que o Brasil vive momento de recuperação da economia, provocando Guedes a comentar as medidas que adotou na área. “A partir do momento em que nós implementamos as reformas, e as reformas estão acontecendo, o que acontece é exatamente isso, os juros começam a descer, os impostos começam a ser reduzidos”, afirmou Guedes.

Valor Econômico