Chefe da Secom nega “gabinete do ódio”

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Foto: Cristiano Mariz/.

No 2º andar do Palácio do Planalto, o chefe da Secretaria Especial de Comunicação (Secom), Fabio Wajngarten, mantém seis TVs ligadas em canais diferentes. Responsável por cuidar da imagem do governo, nas últimas semanas ele esteve empenhado em salvar a própria imagem — e o próprio emprego. A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar se o secretário praticou algum crime ao assumir o cargo e se manter, ao mesmo tempo, como sócio de uma empresa, a FW Comunicação, que tem como clientes agências de publicidade e emissoras de televisão. Wajngarten afirma que não há conflito de interesses e se diz alvo de perseguição política. Nesta entrevista a VEJA, concedida em seu gabinete na última quarta-feira, o secretário falou sobre a política de comunicação do governo, as relações tumultuadas com a imprensa, as confusões nas redes sociais — interrompendo a conversa uma única vez, quando um dos canais de TV noticiava o desdobramento de seu caso. Ele olhou, fechou a cara e balbuciou algo propositalmente incompreensível.

O jornal Folha de S.Paulo publicou uma série de reportagens que mostram que sua empresa tem contratos com duas emissoras de TV e uma agência de publicidade que prestam serviços à Secom e ao governo. O senhor não enxerga conflito de interesses nisso? Eu ainda não enxergo. E eu explico o porquê. Os contratos dos dois lados foram assinados muito antes da minha chegada. Nenhum desses contratos teve reajuste de preços ou majoração de valor. Esse é o coração de quão mentirosa é a acusação. Tudo foi comunicado quando da nomeação aos órgãos de controle da Presidência da República. Não há conflito de interesses. A minha empresa, a FW, não presta serviços de comunicação. Ela vende dados.

A legislação impede sua participação em negócios com pessoas ou empresas que podem ser afetadas por suas decisões no governo. O senhor não deveria ter encerrado os contratos? Se isso tivesse sido pedido, eu teria feito. Já surgiram aqui inúmeras e diferentes interpretações: “Tem de sair da empresa, tem de sair do quadro de administração da empresa, tem de vender a empresa, não tem de vender a empresa, tem de encerrar ou suspender os contratos especificamente”. O que for determinado pelos órgãos competentes será imediatamente acolhido.

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