Janaína Paschoal diz que ofensa sexual é “mais uma grosseria do presidente”

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Foto: Heitor Feitosa/VEJA

A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) afirmou que a ofensa de cunho sexual de Jair Bolsonaro a uma repórter da Folha de S.Paulo é “mais uma grosseria do presidente”. Janaína, que foi uma das autoras do pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), fez a ponderação de que a fala não é um elemento que corrobore a ocorrência de crime de responsabilidade por parte de Bolsonaro.

“Trata-se de mais uma grosseria do presidente, que as coleciona, mas não é motivo para impeachment”, declarou a deputada, em mensagem enviada pelo celular. Janaína foi cotada para assumir a vice-presidência de Bolsonaro, mas rejeitou a oferta.

Em nota, a Folha de S.Paulo afirmou que, ao ofender a jornalista com uma insinuação sexual, Bolsonaro vilipendiou “a dignidade, a honra e o decoro que a lei exige do exercício da Presidência”. O texto se refere à lei de número 1.079, que trata dos crimes contra a probidade na administração cometidos por quem estiver no exercício da Presidência da República.

“Para tirar o mandato de um presidente precisa de muito. Ele foi eleito com esse estilo sabidamente grosseiro. Não tem sentido pretender afastá-lo por isso. Seria desproporcional”, disse Janaína. “Eu entendo que ele deveria se esforçar para melhorar, mas, daí a falar em impeachment, vai uma distância grande.”

Outro autor do pedido de impeachment contra Dilma, o jurista Miguel Reale Jr. discorda e afirma que o presidente pode sofrer um processo de afastamento pelo insulto.

Bolsonaro explorou nesta terça-feira, 18, uma informação falsa que um depoente prestou na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News para afirmar que a jornalista Patrícia Campos Mello “queria dar o furo a qualquer preço contra mim”.

No jargão jornalístico, a expressão “dar o furo” significa publicar uma informação exclusiva antes de outros veículos. No caso, Bolsonaro fez menção ao depoimento que Hans River do Rio Nascimento deu à CPMI na semana passada. Ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows durante a campanha eleitoral de 2018, Hans River declarou que Patrícia procurava “um determinado tipo de matéria a troco de sexo”. Ele não apresentou nenhuma prova que corroborasse a afirmação.

Patrícia foi autora de uma reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, em dezembro de 2018, que denunciava a ação de uma rede de empresas, incluindo a Yacows, num esquema fraudulento de disparo de mensagens pelo aplicativo WhatsApp em favor de políticos.

Nesta terça-feira, 18, Bolsonaro disse: “Olha a jornalista da Folha de S.Paulo. Tem mais um vídeo dela aí. Não vou falar aqui porque tem senhoras aqui do lado. Ela falando: ‘Eu sou (…) do PT’, certo? O depoimento do Hans River, foi final de 2018 para o Ministério Público, ele diz do assédio da jornalista em cima dele”, afirmou.

“Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim [risos de Bolsonaro e dos presentes]. Lá em 2018 ele [Hans] já dizia que ele chegava e ia perguntando: ‘O Bolsonaro pagou pra você divulgar pelo Whatsapp informações?’ E outra, se você fez fake news contra o PT, menos com menos dá mais na matemática, se eu for mentir contra o PT, eu estou falando bem, porque o PT só fez besteira”, declarou o presidente.

O depoimento falso de Hans River já havia sido compartilhado pelo filho caçula do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em manifestações no Congresso e por meio de redes sociais.

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