Bolsas europeias sinalizam nova baixa no Brasil

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Foto: Getty Images

O dia começa com comportamentos diferentes, e erráticos, nas principais bolsas de valores do mundo.

Os índices futuros dos Estados Unidos registram ganhos durante a manhã desta terça-feira (17), mas mais modestos na comparação com a abertura de ontem. O Dow Jones futuro tinha leve alta de 0,75%, enquanto o S&P 500 futuro subia 0,54% e o Nasdaq avançava 1,27%.

Às 22h40 (horário de Brasília) da véspera, os três principais índices futuros chegaram a bater o chamado limite de alta, saltando 5% e suspendendo as negociações por alguns minutos.

Vale ressaltar, contudo, que no pregão regular da véspera, o Dow Jones desabou 13% e teve seu pior dia desde 1987 enquanto o Nasdaq caiu 12%, registrando sua pior sessão na história.

A forte queda ocorreu após o presidente Donald Trump afirma que os EUA “podem estar” entrando em uma recessão e que o pior do surto do novo coronavírus pode durar até agosto.

Já a recuperação no início das negociações do mercado futuro após o mesmo Trump afirmar que os Estados Unidos iriam apoiar “poderosamente” as indústrias do país. Citou a American Airlines e outras afetadas pelo “vírus chinês”.

Contudo, o maior ânimo durou pouco, uma vez que a aversão ao risco em meio ao cenário incerteza sobre o coronavírus segue impactando o mercado.

Pelo menos 4.281 casos de coronavírus foram confirmados nos EUA, com mais de 70 mortes, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.

“Embora a crise contemporânea seja carregada de más notícias, esse não é o principal problema. É o desconhecido”, destacou Jim Paulsen, estrategista-chefe de investimentos do The Leuthold Group, em nota. “Nem mesmo os especialistas em saúde entendem o que é isso ou para onde está indo, e esse é o pior resultado possível para os investidores.”

Enquanto isso, depois de abrir em alta, os maiores mercados europeus chegaram a registrar baixa, mas amenizam as perdas.

A bolsa de Londres caía 1,77%; na Alemanha, a baixa era de 1,15% e, na França, a queda estava em 1,07.%

Na região da Ásia e do Pacífico, a bolsa da Austrália fechou em alta de quase 6%, depois de ter caído cerca de 10% ontem.

Já a bolsa do Japão terminou o pregão praticamente estável, com alta de 0,06%. Na China, houve queda de 0,34% e, em Hong Kong, baixa de 0,61%. Na Coreia do Sul, a perda foi mais acentuada, de quase 3%.

Os investidores ainda tentam digerir os efeitos das medidas anunciadas nos últimos dias por vários países como parte dos esforços para atenuar os impactos do surto de coronavírus nas economias.

Além do anúncio de Trump, na França, o governo prometeu liberar US$ 50,2 bilhões em ajuda imediata para empresas e funcionários prejudicados pelo novo coronavírus.

Aqui, Paulo Guedes, ministro da economia, anunciou um pacote de medidas para tentar reduzir os impactos da pandemia na atividade do país. Mas, de acordo com a análise de Marcos Ross, economista sênior da XP, o alcance dos estímulos deve ser limitado.

“Entendemos que seja uma primeira tentativa e que ela aponta na direção correta, mas temos diversas considerações com relação ao efeito total dela, uma vez que quase sua totalidade não configura como fonte nova de recurso, mas sim um rearranjo intertemporal deles”, escreveu Ross em relatório.

A Bolsa das Filipinas suspendeu as negociações a partir de terça-feira “para garantir a segurança de funcionários e negociadores diante dos crescentes casos do coronavírus”.

O fechamento faz parte de uma quarentena mais ampla de um mês que o presidente Rodrigo Duterte anunciou na ilha principal de Luzon. A quarentena envolve o fechamento de redes de transporte e a limitação das operações comerciais, informou a Reuters.

O país registrou 142 casos confirmados de coronavírus desde o meio-dia de segunda-feira, de acordo com seu Departamento de Saúde. O índice de referência das Filipinas caiu 7,91% no fechamento de segunda.

Infomoney