Bolsonaro descobre que “pessoas vão perder o emprego”

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Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro reconheceu que a pandemia de coronavírus trará impactos fortes à economia do país. “Pessoas vão perder empregos”, frisou o presidente, afirmando que a economia vai perder sim. Bolsonaro citou o setor hoteleiro e de turismo como um dos que já está tendo maior impacto. As afirmações foram feitas em entrevista ao “Programa do Ratinho”, do SBT, na noite desta sexta-feira.

Bolsonaro afirmou que, como medida possível ao governo, isentou de impostos os produtos necessários para o combate à covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

O presidente disse que o sinal de alerta foi aceso quando do resgate de brasileiros no interior da China e avaliou que o país seria atingido. “Vai chegar o dia D.” Bolsonaro afirmou que o governo está trabalhando no sentido de alongar a curva de infecção e proteger os idosos e mais vulneráveis.

Quanto às críticas de não se ter preservado e ido às ruas no dia 15 – dia de manifestações públicas a favor de se governo – disse que foi um gesto espontâneo. “Não convoquei ninguém, e ainda procurei desestimular a população a sair à rua”. Mas afirmou que está do lado do povo e tem que demostrar isso.

O presidente disse que está de coração aberto para dialogar com o Congresso, e que os parlamentares poderiam “colaborar mais, como estão fazendo agora nessa crise do coronavírus”.

Bolsonaro ressaltou que “deu independência” ao Legislativo e acabou com a prática de trocar apoio por cargos, “como era comum em governos anteriores”. Disse ainda que não é justo a crítica de que não está combatendo a corrupção. “Se fosse assim, não teria chamado o [Sergio] Moro para o Ministério da Justiça.”

O presidente voltou a reclamar do que chamou de perseguição de parte de imprensa e que perde 50% de seu tempo desmentindo “fofocas e intrigas”.

Ainda em relação à pandemia de coronavírus, disse que o 1 milhão de empregos criados em 2019 podem ser perdidos, que a crise deve durar ainda uns seis meses, mas que é necessário que a população não entre em pânico. “A gente vai ser pego por essa onda, mas ela vai passar”. Aproveitou a criticou governadores e prefeitos que estão adotando medidas como fechamento de shoppings, aeroportos, rodovias, “até igrejas”, frisou.

Bolsonaro voltou a afirmar que não tem responsabilidade sobre manifestações públicas a favor de seu governo, referindo-se ao panelaço acontecido em várias cidades do país no dia 18 de março, meia hora após atos semelhantes contra sua pessoa.

“Ninguém sabe como começaram [as manifestações em seu favro], mas nunca vi panelaço a favor”, afirmou, acrescentando que esses atos favoráveis a ele tiveram maiores adesões, “mas a imprensa noticiou o contrário”, alegou.

Em resposta ao que considera marca de seu primeiro ano de governo, Bolsonaro disse que foi a escolha do ministério, o que, afirmou, não tem vínculo com a corrupção, por não ter em seu equipe “esquemas em estatais vistos em outras administrações”. “Diminuímos o grosso da corrupção, mas tem a do varejo, que é mais difícil”, acrescentou.

Sobre se gosta de governar, respondeu que o que mais gosta é o fato de ele estar lá, [na cadeira presidencial]. “Se não fosse eu, quem seria? Não precisa dizer o nome, mas qual seria a relação do Brasil com a Venezuela, com as ditaduras de Cuba e Coreia do Norte?”, questionou, referindo-se a Fernando Haddad (PT), que derrotou no segundo turno da eleição de 2018.

Valor Econômico