Casa onde Adriano foi morto passará por nova perícia

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Foto: Reprodução

O juiz Augusto Yuzo Jouti, da comarca de Esplanada, na Bahia, atendeu pedido feito pela família do ex-capitão Adriano Magalhães da Nóbrega e determinou a realização de uma nova perícia na casa onde o ex-PM morreu após trocar tiros com homens do Batalhão de Operações Especiais daquele estado. De acordo com a decisão, o procedimento será feita por um perito indicado pelos parentes de Adriano.

O exame pericial será realizado na presença de um oficial de justiça e poderá ser assistido por representantes do Ministério Público (MP) da Bahia. Apesar da decisão favorável à família, o juízo de Esplanada negou outro pedido feito pelo advogado Paulo Emílio Catta Preta, que representava Adriano, para que o imóvel fosse isolado até a realização do exame.

Na decisão, o juiz diz que a fazenda onde o miliciano morreu “é particular” e que “descabe o isolamento”. “O fato ocorreu há um mês, já houve perícias oficiais. Além disso, cuida-se de imóvel particular, não vislumbrando-se motivo para torná-lo indisponível. Desse modo, a perícia deverá ser realizada no estado em que o imóvel se encontrar”, afirma Yuzo Jouti no documento.

O magistrado acrescenta que a perícia será realizada pelo perito Ari Fontana, indicado pelos familiares de Adriano, em um prazo de 15 dias. O proprietário do imóvel, o vereador Gilsinho de Dedé, será procurado para abrir a fazenda.

O MP da Bahia informou que não recebeu, até o momento, qualquer informação sobre a data da perícia. “Desde que haja compatibilidade com a agenda, o MP acompanhará o ato”, afirma a promotoria.

Adriano Magalhães da Nóbrega morreu no dia 9 de fevereiro após reagir a um cerco da PM. Ele estava no sítio localizado no Bairro das Palmeiras, em Esplanada, e foi morto, segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, por dois tiros que o atingiram na região do tórax e do pescoço.

No último dia 20 de fevereiro, um exame complementar cadavérico foi realizado no Instituto Médico-Legal (IML) do Rio após decisão judicial, também atendendo a um pedido de parentes do ex-PM. A família de Adriano tenta provar que o ex-capitão foi vítima de uma execução.

No fim de janeiro, o ex-capitão do Bope do Rio já havia conseguido fugir de um cerco feito pela PM, na Costa do Sauipe, área nobre do litoral baiano. Ele estava com a prisão decretada por crimes de agiotagem, homicídio e grilagem de terras. Adriano era apontado por promotores do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) como chefe da milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio.

O Globo