Crise torna difícil reeleição de Bolsonaro

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Foto: Valter Campanato/Agência Basil

O risco de uma recessão global sepultou a ideia de que Jair Bolsonaro possa chegar eleitoralmente viável a 2022 só “empurrando com a barriga”, conforme a expressão recorrente nas conversas reservadas sobre o tema. A partir de agora, mais importante do que saber quem é o culpado pela crise (coronavírus, petróleo etc) será mostrar se o governo tem capacidade de dar respostas convincentes, avaliam líderes e analistas. Dólar e bolsa são assuntos caros ao público que dá sustentação ao governo: brasileiros com salário acima de cinco mínimos.

Em outubro passado, esses mesmos líderes e analistas ouvidos ontem achavam, em conversa com a Coluna, que somente um choque externo poderia chacoalhar Bolsonaro e desgastar a tática dele de polarizar a sociedade enquanto a caravana da economia passava lenta e sem alarde.

Como efeito do pânico nos mercados, os bastidores políticos ferveram, apesar de ser cedo para falar em sucessão presidencial. Ainda que, em público, ninguém tenha coragem de admitir, em privado, direita, centro e oposição se alvoroçaram rumo a 2022.

Estadão