Desafeto de Bolsonaro será candidato a prefeito do Rio

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Foto: Cristiano Mariz/VEJA

Figura central na campanha presidencial de Jair Bolsonaro, o advogado e ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno será o candidato do PSDB à Prefeitura do Rio, em outubro. Um dos principais dissidentes do bolsonarismo, Bebianno terá sua pré-candidatura anunciada hoje, às 13h, na sede do partido em São Paulo, pelo governador João Doria. No sábado, o lançamento será feito na sede do diretório fluminense, no centro do Rio.

Com a decisão, o PSDB descarta o nome de Mariana Ribas, ex-secretária de Cultura na gestão do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), lançada pelo próprio Doria, em encontro tucano realizado há cinco meses. Em compensação, Mariana recebeu convite do governador para ocupar uma posição na área cultural em sua administração. O anúncio da nova função da ex-secretária ocorrerá hoje, junto com o lançamento da pré-candidatura de Bebianno. “O governador a chamou para um projeto cultural e ela atendeu à convocação”, disse o presidente do diretório estadual e empresário Paulo Marinho.

Suplente do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), porém rompido com a família do presidente da República, Marinho negou que a indicação de Bebianno tenha sido aprovada a despeito de suposta resistência inicial sua e de Doria. “De forma nenhuma, foi tudo feito em harmonia”, afirmou.

Bebianno e Marinho chegaram ao PSDB fluminense para liderar o partido no fim do ano passado, quando Doria já tinha apadrinhado Mariana como pré-candidata. O ex-ministro assumiu o diretório da capital – com a função de conduzir a legenda no processo eleitoral – mas também acalentava o projeto de encabeçar a chapa a prefeito.

Marinho nega ainda que uma suposta ameaça de Bebianno de sair do PSDB para disputar a eleição por outro partido tenha influenciado a derrubada da pré-candidatura de Mariana Ribas. “Isso é besteira”, disse. Uma das opções de Bebianno seria voltar ao PSL, depois que a sigla rachou e provocou o isolamento da ala bolsonarista.

Dirigentes partidários no Rio têm relatado nos bastidores que uma aliança com o PSDB é encarada com cautela porque a coligação com desafetos de Bolsonaro – como Bebianno e Marinho – podem despertar reação do presidente. O tucano minimiza. “E o PSL, não? Ali só tem inimigos do capitão. Iremos caminhar com quem quer caminhar conosco”, disse Marinho.

Valor Econômico