Governo de SP pede para que a população doe sangue

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Foto: Venilton Kuchler/Arquivo AEN

O governo do estado de São Paulo fez um alerta e um pedido à população da cidade de São Paulo para que façam doações de sangue pois, segundo o coordenador de Centro de Contingenciamento para o Coronavírus em São Paulo, o médico David Uip, os bancos da capital estão “praticamente vazios”.

Uip pediu a colaboração da população e maiores doações em uma coletiva realizada à imprensa na tarde desta terça-feira (16), em que foi divulgado a confirmação da primeira morte por coronavírus no estado de São Paulo e no Brasil. A morte é de um homem de 62 anos, que permaneceu na UTI de um hospital privado, e que era diabético e com pressão alta.

“Eu preciso dar um informe, que preciso de muito apoio de vocês: os nossos bancos de sangue estão praticamente sem sangue. O banco de sangue que tem mais sangue, tem sangue hoje para praticamente uma uma semana”, disse Uip.

“Isso é extremamente grave e importante no momento que virá pela frente. Então, por favor, que nós consigamos levar à população esta necessidade”, assinalou o médico.

“A grande questão de sangue é o problema que o indivíduo não está doando sangue com medo do pegar coronavírus. E não é isso, se existe um lugar protegido é o banco de sangue”, disse Uip.

“É importante estimularmos as ações de doação”, salientou Helena Sato, diretora técnica da Secretaria de Estado da Saúde.

“Estamos chegando perto de uma crise de desabastecimento de sangue”, disse o diretor do instituto Butantan, Dimas Covas.

“Infelizmente o ocorrido foi o primeiro óbito aqui. Um homem morador de São Paulo internado num hospital privado e o diagnóstico de coronavírus foi feito também por um laboratório privado. Ele veio a óbito ontem 16h03 e não tem histórico. Fomos informados oficialmente hoje às 10h. Existem quatro outros óbitos neste mesmo serviço particular que estão sendo investigados. Assim que tivermos informações sendo ou não coronavírus vamos informá-los”, afirmou o infectologista David Uip.

Segundo o infectologista, a vítima teve os sintomas no dia 10 de março, sendo internada quatro dias depois, dia 14, e morreu nesta segunda-feira (16). Como a doença no paciente foi constatada somente na noite desta segunda, provavelmente, o caso não foi contabilizado no balanço oficial.

Ele tinha histórico de diabetes e hipertensão, além de hiperplasia prostática — um aumento benigno da próstata que não é uma doença, mas uma condição comum em homens mais velhos que pode causar infecções urinárias. O homem não tinha histórico de viagem e teve transmissão comunitária.

De acordo com o governo, atualmente, há cerca de 30 pacientes graves no estado de São Paulo.

“Infelizmente, os óbitos são esperados do ponto de vista de postura, mas temos que trabalhar, foi uma evolução rápida, da internação ao óbito”, declarou Uip. Ele disse que vai sugerir ao governo federal a mudança do tempo de quarentena de 14 para 10 dias.

G1