Internações por crise respiratória crescem 445%

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Foto: Robson Ventura/Folhapress

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de ir contra as recomendações médicas de isolamento em meio ao avanço do coronavírus continua em destaque nos principais jornais do país. Nesta terça-feira (31), os matutinos enfatizam as divergências entre o presidente e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

O Globo lembra que o Palácio do Planalto decidiu retirar parte da autonomia da equipe de Mandetta ao centralizar todas as entrevistas sobre o combate ao coronavírus e destaca que o ministro continua defendendo a necessidade de se manter restrições à circulação de pessoas para conter a doença.

Mandetta afirmou ao Globo que não recomenda passeios como o de Bolsonaro e enfatizou que as orientações de isolamento devem valer “para todos”. Segundo o jornal carioca, Mandetta aceitou perder seu protagonismo, mas disse a aliados que quer ter o espaço de atuação técnica da sua equipe respeitado.

Em meio ao cenário de embate interno, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, fez questão de descartar qualquer ideia de demissão de Mandetta. Já o ministro admitiu que “está todo mundo estressado” no governo, mas reafirmou sua vontade de continuar na equipe. “Planalto tenta tutelar Mandetta, que reafirma apoio a isolamento”, sublinha a manchete do Globo.

A Folha de S.Paulo afirma que os ministros Sérgio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia) se uniram a Mandetta nos bastidores e defendem as orientações de isolamento da população. Segundo a Folha, o trio de ministros formou uma espécie de bloco e criou um movimento oposto ao comportamento do presidente Jair Bolsonaro.

O jornal ressalta que essa união aumenta o isolamento político de Bolsonaro. A aliados, Moro teria se mostrado indignado com a postura de Bolsonaro de romper o acordo feito com membros do primeiro escalão do governo de buscar um discurso afinado sobre o coronavírus. Já Paulo Guedes teria manifestado apoio às ações de Mandetta em conversas com políticos no final de semana.

A Folha mostra que a postura de Guedes enfraquece o discurso de Bolsonaro de que é necessário retomar o funcionamento do país para evitar que a crise econômica se agrave. “Em apoio a Mandetta, Moro e Guedes se opõem a Bolsonaro”, destaca a manchete da Folha.

Na sua reportagem principal, O Estado de S.Paulo chama atenção para o aumento de 445% no número de internações no Brasil por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). O matutino informa que, na semana entre 15 e 21 de março, houve 5.787 internações de pacientes com SRAG, alta de 445% em relação às 1.061 internações registradas no mesmo período de 2019.

O Estadão destaca que mais de 14 mil pessoas foram internadas no país com SRAG desde o dia 25 de fevereiro, quando houve a primeira notificação de um caso de coronavírus no Brasil.

Desde o início do ano, segundo dados do Ministério da Saúde, houve 16.879 hospitalizações pela SRAG, definição que se enquadra em sintomas severos causados por vários tipos de infecções por vírus respiratórios, como a Influenza e o coronavírus.

Acredita-se que a maioria dessas internações tem como causa o coronavírus, mas a demora na entrega dos resultados de testes do Covid-19 dificulta a contabilização exata dos casos. “Internação por síndrome respiratória cresce 445% no País”, diz a manchete do Estadão.

G1