Regina pede pareceres técnicos sobre o edital lançado por Alvim

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Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

A secretária especial de cultura, Regina Duarte, pediu uma série de pareceres técnicos sobre o edital lançado pelo ex-gestor da pasta Roberto Alvim, para fomentar a área. A partir dessas análises, Regina decidirá se ressuscita ou não a iniciativa lançada por seu antecessor, que acabou sendo suspensa após a demissão do dramaturgo do cargo. A secretária começa a dar expediente no órgão, em Brasília, na terça-feira.

O vídeo de Alvim para lançar o Prêmio Nacional das Artes — que premiaria com cerca de R$20,6 milhões operas, espetáculos de teatro, exposições entre outros — culminou na sua queda devido ao uso de referências nazistas no anúncio. O edital foi lançado com a meta de financiar 145 projetos relacionados à cultura. As inscrições, no entanto, nem chegaram a ser abertas, após a crise envolvendo o pronunciamento do ex-secretário, que parafraseou um discurso do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels.

Não há previsão de data para que os pareceres técnicos sobre o Prêmio Nacional das Artes fiquem prontos. A nova secretária ainda não detalhou quais serão suas ações prioritárias à frente da pasta. Em entrevista ao “Fantástico”, no domingo, Regina disse apenas que tem “muitas pautas positivas” e que o dinheiro público não será utilizado para “agradar minorias”.

Há poucos dias no cargo, Regina já tem sua primeira polêmica como secretária. Na mesma entrevista concedida ao “Fantástico”, ela criticou o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que, segundo ela, é um “ativista”. Camargo já chegou a afirmar que a escravidão foi benéfica para os negros. Nesta segunda-feira, a secretária, no entanto, ainda não havia decidido sobre o que fazer com seu subordinado. A situação é um entrave no governo, uma vez que o próprio presidente Jair Bolsonaro sinalizou a favor de Camargo.

Nesta segunda, Regina foi repreendida em público pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, General Luiz Eduardo Ramos, por afirmar que está sendo alvo de uma “facção” que quer retirá-la do cargo.

“O uso do termo “facção” em entrevista, sem nomear seus supostos integrantes, dá a entender que há divisões inexistentes e inaceitáveis”, escreveu Ramos.

O Globo