Trinta servidores do Palácio do Planalto estão de quarentena

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Foto: @juliopohl

A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República colocou em isolamento domiciliar 30 funcionários que tiveram contato com o chefe do órgão, Fábio Wajngarten, diagnosticado com o novo Coronavírus. A informação é de uma fonte que pediu anonimato. O Correio apurou também que o hotel onde o grupo se hospedou na semana passada, na cidade de Registro (SP), não recebeu qualquer alerta do governo e, nesta terça-feira (17/3), continuava aberto para receber novos hóspedes. Procurado, o Palácio do Planalto informou que não comentaria o assunto.

Na quarta-feira da semana passada, Wajngarten retornou a Brasília após integrar a comitiva da visita do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos. No mesmo dia, já com os sintomas da doença, ele embarcou, de última hora, na mesma aeronave da FAB que levou a equipe da Secom para São Paulo. Logo após desembarcar, o secretário de Comunicação foi examinado no Hospital Israelita Albert Einstein e recebeu o diagnóstico positivo para coronavírus. Desde então, está em isolamento domiciliar em São Paulo.

O Correio apurou que, antes da decolagem de Brasília, dois funcionários da Secom – uma oficial de chancelaria e um operador de som – tiveram que deixar a aeronave para dar lugar ao secretário de Comunicação. Após o desembarque na capital paulista, a equipe da Secom seguiu de ônibus até Registro para participar dos preparativos de uma visita que Bolsonaro faria ao município – a viagem presidencial foi cancelada, em razão da pandemia. Na sexta-feira, apenas dois dias depois de chegar a São Paulo, os funcionários embarcaram de volta a Brasília em um voo da FAB. Todos foram colocados em isolamento domiciliar.

A reportagem fez contato com um hotel de Registro e confirmou que o grupo da Secom se hospedou no local. O gerente disse que a previsão inicial era de que a estadia da equipe durasse sete dias. “O presidente Bolsonaro, como nasceu nesta região, queria fazer uma visita a Registro, mas a viagem foi cancelada assim que ele retornou dos Estados Unidos, por causa do risco do coronavírus. Então a equipe da Presidência retornou para Brasília”, disse o gerente. Segundo ele, o hotel não recebeu qualquer alerta de autoridades de saúde sobre a possibilidade de os funcionários da Secom terem sido contaminados pela Covid-19. Por isso, o estabelecimento continuava funcionando normalmente.

Um infectologista de uma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) disse, sob condição de anonimato, que os funcionários do hotel deveriam estar sob monitoramento e que o local não poderia continuar funcionando normalmente. “Esse hotel faz parte da cadeia de transmissão do coronavírus, ele não poderia estar funcionando. Há uma falha grave neste caso. Os funcionários deveriam estar sendo monitorados, já que tiveram contato com pessoas que hoje estão em isolamento sob suspeita de contaminação pela Covid-19. Portanto, está caracterizado um grande risco de contaminação tanto para os hóspedes quanto para os funcionários do hotel”.

Correio Braziliense