A maior fake news de Bolsonaro

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Foto: O Globo

Uma das maiores fake news da história republicana é que Jair Bolsonaro sempre foi um honrado combatente da corrupção. Esta semana, essa mentira começou a desmoronar, primeiro com a entrevista do ex-deputado Roberto Jefferson — um dos mais notórios corruptos do país — apoiando Bolsonaro e, principalmente, com a saída de Sérgio Moro.
Bolsonaro é político desde 1988, e sempre à moda antiga. Já passou por nove partidos, é oligarca já que elegeu a ex-esposa e três filhos. O clã, sempre próximo de policiais — inclusive milicianos, como se sabe — já empregou com o meu, o seu, o nosso dinheiro 102 parentes. Certa vez, Bolsonaro disse ao tentar justificar o nepotismo: “Se quiser botar uma prostituta no meu gabinete, eu boto. Se quiser botar a minha mãe, eu boto. É problema meu”. Como outros deputados, ele não abriu mão do auxilio-moradia mesmo tendo apartamento próprio em Brasília (“Como eu estava solteiro na época, esse dinheiro do auxílio moradia eu usava para comer gente”). Seu nome apareceu nos anos 2000 como uns dos 150 políticos da famosa “Lista de Furnas”, cuja autenticidade é muito contestada, como tendo recebido propina para campanha política. De todo modo, não roubar deveria ser normal — obrigação até —, e não mérito. Desmérito é, por exemplo, ter feito parte — calado — por 17 anos do antigo PP, sob o comando de Paulo Maluf, numa época em que o verbo “malufar” já era sinônimo de roubar.

O Globo