Após golpe, Bolívia prende quem critica o governo

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Um homem que criticou as medidas impostas pelo governo boliviano para conter a disseminação do coronavírus foi preso nesta quinta (23) acusado de espalhar notícias falsas sobre o assunto.

A ação aumentou os temores de que a presidente interina Jeanine Añez utilize uma norma que tenta o coibir a disseminação de fake news durante a pandemia para atacar críticos de sua gestão.

O homem preso, identificado pela imprensa local como Mauricio Jara, é um apoiador do ex-presidente Evo Morales e crítico do atual governo.

A polícia afirmou que ele administrava 11 grupos no WhatsApp no qual manifestava apoio ao esquerdista Evo e chamava a direitista Añez de ditadora e golpista, além de criticar as medidas do governo contra o coronavírus.

O chefe da investigação, o coronel José María Velasco, afirmou que Jara foi preso sob as acusações de sedição (insurreição contra o governo), por instigar pessoas a cometerem um crime e por cometer delitos contra a saúde pública.

Ele não especificou, porém, quais notícias falsas o homem teria divulgado. A prisão preventiva foi autorizada por um juiz.

No final de março, a presidente interina publicou um decreto que determina que quem desinformar a população sobre as regras de combate ao coronavírus poderá ser penalizado e processado por cometer delitos contra a saúde pública.

Diversas entidades, incluindo a Human Rights Watch e a Anistia Internacional, afirmaram na ocasião que a medida abria espaço para o governo atacar a liberdade de expressão.