Áudio revela traição de Onyx Lorenzoni contra Bolsonaro

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Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O áudio relevado pela CNN nesta quinta (9) foi entendido por políticos como uma amostra de que Onyx Lorenzoni (Cidadania) vê Jair Bolsonaro fraco e sem pulso. Na conversa, o ministro se imagina na cadeira do presidente e diz que, se fosse ele, teria cortado a cabeça de Luiz Henrique Mandetta (Saúde) no início semana, no auge da tensão entre ambos. Além disso, avaliam parlamentares, o diálogo deixa implícito que havia um plano em execução, que fracassou.

A avaliação de políticos é que, no momento da conversa, Onyx prestava contas de uma suposta promessa que havia feito a Osmar Terra (MDB-RS), de que Mandetta seria trocado e só não foi porque Bolsonaro não teve coragem de agir.

Alguns parlamentares ainda estranharam o tom de Terra no diálogo, mais polido do que nos últimos dias nos bastidores.

Além da saia-justa com o presidente, Onyx ficou mal na conta de Mandetta e do DEM. Está sendo chamado de judas e de traidor. Quando estava sendo fritado na Casa Civil no início do ano, segundo relatos, teve ajuda de seu grupo da legenda, formado também pelo governador Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Auxiliares do governo avaliam ainda que o áudio também pode respingar na relação com os ministros Braga Netto (Casa Civil) e general Ramos (Secretaria de Governo). O entendimento é que Onyx estava tentando cumprir um papel de articulador político, que não é função da Cidadania, mas sim dos dois colegas militares.

O ministro da Saúde estava a caminho do Planalto para a entrevista diária quando soube da divulgação do diálogo. A coletiva foi então cancelada por decisão do Palácio. Enquanto o assunto ainda fervia nos corredores, o presidente foi a uma padaria, comer um sonho.

De acordo com auxiliares, pouco tempo depois de a CNN revelar a conversa, Onyx ligou a Mandetta para se explicar. Não mudou o climão criado pelo áudio no governo.

Em suas medidas restritivas para o controle da pandemia do novo coronavírus, segundo recomendações da Organização Mundial de Saúde, o Distrito Federal determinou que é proibida a venda de refeições de qualquer tipo para consumo no local por padarias.

Ao Painel o governador Ibaneis Rocha (DF) disse que está se resguardando nesta quinta (9) e que não comentaria o passeio do presidente.

Folha de S. Paulo