Bolsonaro diz que, se reabrir o comércio, “ELE” se arrisca

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Foto: Alan Santos/Presidência da República

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que incentivar a abertura do comércio não essencial, que está fechado em vários pontos do país por determinação de prefeitos e governadores, é “uma atitude arriscada, mas necessária para manter o emprego”.

Em discurso hoje no Palácio do Planalto durante a posse de Nelson Teich como ministro da Saúde em substituição a Luiz Henrique Mandetta, demitido ontem, Bolsonaro disse que, se a situação do coronavírus se agravar por causa do aumento de pessoas nas ruas, a responsabilidade pode parar no “seu colo”.

“A história lá na frente vai nos julgar. Eu peço a Deus para que nós estejamos certos lá na frente. Então, essa briga de começar a abrir para o comércio é um risco que eu corro, porque, se agravar, vem para o meu colo”, afirmou.

Segundo o presidente, já há uma parte da população que quer a reabertura do comércio. Ele também mencionou, sem citar a fonte, uma notícia de que metade dos prefeitos do país está dividida em relação à retomada do varejo.

“Eu acredito que muita gente já está tendo consciência de que tem que abrir. Hoje mesmo, acreditando na imprensa brasileira, vi uma matéria que [diz que] 50% dos prefeitos estão divididos no tocante à abertura [do comércio]. Até pouco tempo era 100% contra ou 99%. Eu tenho certeza de que eles sabem dessa necessidade”, afirmou.

Em seu discurso, Bolsonaro voltou a dizer que optou por substituir Mandetta por causa da diferença de visão entre os dois. Enquanto o ex-ministro estava preocupado com os impactos na saúde pública, o presidente por diversas vezes defendeu que a economia não deveria ser sacrificada para combater a pandemia.

“A minha visão tem que ser mais ampla. Os riscos maiores, logicamente, são sobre minha responsabilidade. (…) A minha [visão] vai além das da vida, entra na economia, entra no emprego. O efeito colateral do combate ao vírus não pode ser, no meu ponto de vista, mais danoso que o próprio remédio”, afirmou.

Bolsonaro também agradeceu Mandetta pelo trabalho à frente do Ministério da Saúde e disse que não há vitoriosos ou derrotados na troca de comando na pasta.

“Eu tenho certeza de que Mandetta até fez o melhor, deu o melhor de si para atingir seu objetivo, e eu agradeço do fundo do coração. Aqui não tem vitoriosos nem derrotados”, declarou.

Uol