Bolsonaro mandou fazer milhões de comprimidos de droga inconclusiva

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Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

O laboratório do Exército já produziu 2,2 milhões de comprimidos de cloroquina para uso no tratamento de coronavírus no Brasil e vai aumentar a fabricação para 1 milhão por semana. Cada pílula custa R$ 0,20. A produção foi uma determinação do presidente Jair Bolsonaro, defensor da droga. Em entrevista nesta segunda (13), a equipe técnica do Ministério da Saúde voltou a dizer que não há nenhum estudo científico que comprove o funcionamento do remédio para casos de Covid-19.

A destinação dos comprimidos caberá ao Ministério da Defesa, afirmou a assessoria da pasta. Até agora, o Ministério da Saúde liberou cloroquina para uso em casos graves e internados, quando o médico julgar necessário.

A equipe técnica do ministro Luiz Henrique Mandetta apresentou uma cartilha com análise de 33 teses sobre o remédio e concluiu que até o momento nenhuma é válida do ponto de vista científico.

Os ministros Sergio Moro (Justiça) e Damares Alves (Direitos Humanos) foram pegos de surpresa quando viram que fariam sozinhos a entrevista diária das 17h no Palácio do Planalto sobre coronavírus. Mandetta, general Braga Netto (Casa Civil) e o AGU, André Luiz Mendonça, estavam na programação enviada no começo da tarde.

A entrevista tinha potencial para aumentar as polêmicas entre o presidente e o ministro da Saúde. No sábado (11), o AGU criticou medidas de isolamento e ameaçou entrar na Justiça pela flexibilização. Mandetta, no domingo (12), criticou no Fantástico a dubiedade do governo sobre quarentena.

O STF decidiu que cabe aos governadores as medidas de restrições dos estados.

Folha