Bolsonaro não quis comentar conversa entre Onyx e Terra

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Foto: Adriano Machado

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se recusou hoje, em sua live no Facebook, a comentar sobre a conversa telefônica entre ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e o deputado federal Osmar Terra (MDB), reportada pela imprensa, e que tratou da eventual a demissão de Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, em meio à crise do novo coronavírus.

“Quem está esperando eu falar do Mandetta e do Onyx pode passar para outra live. Não vai ter esse assunto aqui não”, disse Bolsonaro, no começo do vídeo.

O diálogo foi relatado pela “CNN Brasil” — a emissora diz ter ouvido a conversa após telefonema feito para Terra, que atendeu à ligação do jornalista e não desligou a chamada enquanto falava com Onyx durante o café da manhã.

Onyx comentou que Terra tem feito um “contraponto” à abordagem atual da Saúde sobre quarentena e a covid-19. “Ele [o ministro Mandetta] não tem compromisso com nada que o Bolsonaro está fazendo”, disse o ministro da Cidadania. Osmar Terra concordou: “E ele [Mandetta] se acha.”

Quanto às consequências da demissão de Mandetta, Onyx opinou: “Eu acho que [Jair Bolsonaro] deveria ter arcado. (…) Uma coisa como o discurso da quarentena permite tudo. Se eu estivesse na cadeira… Eu não teria segurado, eu teria cortado a cabeça dele [Mandetta]. Ali para mim foi a pá de cal. Eu já não falo com ele [Mandeta] há dois meses. Acho que é xadrez. Se ele sai, vai acabar indo para a secretaria do Doria [governador de São Paulo]”.

“Tem que ter uma política que substitua a política de quarentena”, afirmou Terra, que, em seguida, disse que as pessoas continuam saindo às ruas mesmo após o fechamento de alguns serviços não essenciais. “Supermercado virou shopping”, ironizou o deputado.

Segundo a “CNN Brasil”, Osmar Terra foi procurado posteriormente e disse que não comentaria uma conversa privada; Onyx, por outro lado, não se manifestou sobre o tema.

O presidente Bolsonaro já fez críticas públicas ao ministro Henrique Mandetta e tem defendido ações diferentes daquelas recomendadas pelo Ministério da Saúde. Ele, por exemplo, defende o isolamento vertical, em que apenas pessoas do grupo de risco devem se isolar, enquanto a pasta orienta o distanciamento social para toda a sociedade, mesma recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Na segunda-feira (6), Bolsonaro cogitou a possibilidade de demitir Mandetta. Ao final do dia, o ministro admitiu que estava apreensivo e que chegou a ter suas gavetas esvaziadas no gabinete, mas afirmou que ficaria no cargo. Ontem, em entrevista coletiva, ele elogiou o presidente.

Uol