Braga Neto violou a lei com propaganda racista

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Foto: Reprodução

Uma peça publicitária do governo do presidente Jair Bolsonaro usada para divulgar o programa Pró-Brasil, lançado na quarta-feira 22, que tem o objetivo de incentivar investimentos estatais para alavancar a economia, virou alvo de críticas nas redes sociais por ter usado uma foto onde só aparecem crianças brancas, sem representar, portanto, a heterogeneidade da população brasileira.

A imagem aparece sob o slogan da gestão Bolsonaro, “Pátria Amada Brasil”, e está sendo divulgada nos canais oficiais da administração federal. A maioria das críticas aponta a falta de diversidade, como crianças negras ou índigenas – por outro lado, muita gente, principalmente apoiadores do governo, dizem que a polêmica é fruto de um ativismo exagerado.

A peça oficial foi criada pelo gabinete do ministro da Casa Civil, o general Walter Braga Netto, que também tem liderado o programa Pró-Brasil e tem crescido como articulador-geral do governo, desempenhando cada vez mais um papel político relevante no governo Bolsonaro – já enquadrou o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e escanteou o titular da Economia, Paulo Guedes, na concepção e anúncio do novo plano de investimentos federais. Ele também, como mostra a polêmica ação publicitária, tem tomado decisões relacionadas à área de comunicação oficial, que é comandada por Fabio Wanjgarten, chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social.

O diretor da ONG Educafro, frei David Santos, oficializou a insatisfação: enviou um ofício nesta quinta-feira, 23, à ministra da da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, para exigir a suspensão da propaganda. “Pedimos para trocar por outra foto que inclua crianças negras, indígenas e com deficiência física”, disse. Ele ressaltou que o Estatuto da Igualdade Racial contém artigo que obriga as agências de publicidade a retratar a diversidade racial nas propagandas. “É preocupante que o próprio governo não siga uma diretriz prevista em lei federal”, disse.

Há cinco anos, a Educafro enviou ofício às agências de publicidade de todo país exigindo maior comprometimento em retratar a miscigenação da população brasileira nas peças publicitárias, mas, segundo frei David, o pedido foi negligenciado.

A foto usada na publicação foi tirada de um banco de imagens gratuito, uma espécie de catálogo de fotos publicitárias que são usadas por agências ao redor do mundo. A mesma imagem foi usada em outras ações de comunicação divulgadas em outros países

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