Conselho de medicina avisa que cloroquina é inconclusiva

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Foto: Lucas Colombo / TN

O Conselho Federal de Medicina deve se posicionar nos próximos dias sobre o uso da cloroquina para o coronavírus. A entidade já avisou o Ministério da Saúde que não encontrou na literatura científica nenhum estudo que comprove que o remédio funcione para o tratamento. A tendência, portanto, é de não recomendar o uso indiscriminado, apesar dos apelos de Jair Bolsonaro. A médica Nise Yamaguchi, que virou conselheira do governo, foi ouvida por três horas por integrantes do conselho, mas não os convenceu.

“Foi uma belíssima reunião científica, com mais de 3 horas”, disse ​Nise ao Painel. De outro lado, de acordo com informações de bastidores, para conselheiros, o encontro serviu para que vissem que, de fato, ela não se baseia em nada científico, mas apenas na sua percepção.

O conselho ainda discute, no entanto, qual modulação vai dar no posicionamento, se vai liberar médicos para prescrever a droga caso julguem necessário.

O plano do CFM é lançar um documento ao lado das sociedades de especialidades que têm relação com a doença, como as de Infectologia, Terapia Intensiva e Pneumologia.

A previsão é que o posicionamento das entidades seja o mais novo embate entre o presidente e Luiz Henrique Mandetta (Saúde). O ministro vai mandar se basear na orientação do conselho, na contramão do que quer Bolsonaro.

“Não há nenhum tratamento eficaz e seguro para o coronavírus. Não há estudo clínico que diga que ajuda ou não ajuda”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Clóvis Arns.

O Ministério da Justiça começou a entregar equipamentos de proteção a policiais nas fronteiras. A pasta teve dificuldades em encontrar fornecedores, problema generalizado no país. Luvas vieram da Malásia e os óculos e álcool em gel, de fabricantes brasileiros. Máscaras ainda virão da China. O gasto foi de R$ 2,5 milhões.

Folha