De FHC a Bolsonaro: “poupe-nos do impeachment”

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Foto: Reprodução

Após a demissão do ministro Sérgio Moro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cobrou nesta sexta-feira, 24, em suas redes sociais, que o presidente Jair Bolsonaro renuncie. Segundo ele, a sociedade deve ser poupada de mais um processo de impeachment.

“É hora de falar. Pr (presidente da República) está cavando sua fossa. Que renuncie antes de ser renunciado. Poupe-nos de, além do coronavírus, termos um longo processo de impeachment. Que assuma logo o vice para voltarmos ao foco: a saúde e o emprego. Menos instabilidade, mais ação pelo Brasil”, escreveu o tucano, fazendo referência ao vice-presidente Hamilton Mourão.

 

No pronunciamento em que anunciou sua demissão, Moro afirmou que Bolsonaro quis ter acesso a relatórios de inteligência da PF, que são sigilosos. Relatou que investigações no STF preocupavam o presidente da República. “O presidente me quer fora do cargo”, disse Moro. Na visão dele, a demissão de Valeixo de forma “precipitada” foi uma sinalização de que Bolsonaro queria a sua saída do governo.

“O presidente me disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência, seja diretor, superintendente, e realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação. As investigações têm de ser preservadas. Imagina se na Lava Jato, um ministro ou então a presidente Dilma ou o ex-presidente (Lula) ficassem ligando para o superintendente em Curitiba para colher informações”, disse Moro, ao comentar as pressões de Bolsonaro para a troca no comando da PF.

A saída de Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública teve repercussão imediata. Além dos panelaços registrados nas principais cidades do País enquanto o agora ex-ministro discursava, líderes de diferentes partidos, governadores e ex-ministros comentaram o discurso de despedida do ex-chefe da operação Lava-Jato.

Em nota, o ex-presidente Michel Temer disse que o Brasil está atravessando “a maior crise da sua história”: “sanitária, econômica e agora uma crise política”. “Para crise sanitária e econômica precisamos de união, solidariedade e muita energia. Para crise política as palavras chaves são equilíbrio e responsabilidade. Só assim sairemos maiores de todas elas”, afirmou.

Estadão