Doria diz que prisão para quem furar quarentena é “última alternativa”

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Foto: Governo do Estado de São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (15) que não descarta a possibilidade de um endurecimento das medidas para garantir o isolamento social decretado no estado em razão da pandemia do novo coronavírus. No entanto, o governador aponta medidas como aplicação de multa ou prisão para quem descumprir a quarentena como “última alternativa”. A afirmação foi feita durante entrevista para a rádio Eldorado.

“Nós temos que apelar muito para a consciência das pessoas, muito. A questão do endurecimento é uma alternativa, mas ela é a última delas. Eu não gostaria, como governador, ter que declarar que vamos ter que prender pessoas pelo fato de estarem fazendo aglomerações”, declarou Doria.

O governador ainda afirmou que multas já vêm sendo aplicadas pelas prefeituras do estado aos comerciantes que estão abrindo de forma irregular. Ressaltou, contudo, que o fechamento dos estabelecimentos tem sido feito de forma dialogada, sem uso de força policial, e que não há casos de reincidentes até o momento.

Ainda de acordo com Doria, o fundamental no momento atual é que a população tome consciência de que a proteção da vida é prioridade. “É fundamental que a população seja solidária. Quanto menos pessoas estiverem fazendo a quarentena, ou seja, obedecendo a orientação de isolamento social, maior o risco será dessas próprias pessoas se contaminarem, e sendo contaminadas, o risco de morte é algo bastante claro”, disse.

O governador afirmou ainda entender que manter as medidas de isolamento é um desafio para todos, mas ressaltou que o protocolo segue as recomendações das comunidades médica e científica, e que está sendo adotada por quase todos os países afetados pela crise.

“Nós temos 146 países no mundo com o coronavírus neste momento. Desses 146, em 143, a presidência da República, ou seja, os líderes desses países, orientaram seus cidadãos a fazerem o isolamento social. Apenas três países não tiveram essa orientação oficial, o Brasil e outros dois países que integram a antiga república soviética”, declarou.

Questionado sobre sua avaliação quanto a fala do vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), que afirmou nesta terça-feira (14) que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, “cruzou a linha da bola” na entrevista no domingo ao “Fantástico”, da TV Globo, Doria afirmou que preferia não comentar: “Não me cabe”.

Sem entrar na questão de governo, porém, Doria acabou classificando o ministro da Saúde como “sério”, “técnico”, “dedicado” e muito importante para o programa de combate ao COVID-19. “As orientações dele, dos seus secretários executivos e dos membros do ministério têm sido corretas, baseadas na ciência, na medicina e nas informações adequadas para orientar a população”, afirmou.

CNN Brasil