Em meio à pandemia, Guedes fala em “reformas” neoliberais

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Foto: Marcos Corrêa/PR

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que o Brasil está engajado para superar os efeitos da pandemia do novo coronavírus, mas ressaltou que a agenda de reformas estruturais não foi deixada para trás. “O ímpeto das reformas será retomado assim que a situação nos permitir mudar o foco para nossas metas de médio prazo, que permanecem as mesmas”, disse o ministro em discurso no IMFC, o comitê do Fundo Monetário Internacional (FMI) responsável pelas diretrizes da instituição.

Guedes destacou as iniciativas adotadas pelo Brasil para combater a crise derivada do novo coronavírus e disse que o pacote de políticas abarca medidas próximas a 10% do Produto Interno Bruto (PIB).

Ele lembrou, ainda, de medidas adotadas para prover liquidez, que somam cerca de 17% do PIB, e outras ações para dar apoio à expansão do crédito, de aproximadamente 16% do PIB. Além disso, o ministro afirmou em seu discurso ações adotadas para reforçar o sistema de saúde pública e medidas anunciadas para dar apoio às famílias.

Para ele, “o país tomou medidas verdadeiramente extraordinárias para combater a pandemia, garantir o bom funcionamento do sistema financeiro e a disponibilidade de crédito, além de proteger a renda, o emprego e as empresas”.

Guedes disse ainda que “nenhum cidadão brasileiro foi deixado para trás” e destacou que, embora a crise tenha paralisado a economia, “a combinação de medidas emergenciais e temporárias com reformas estruturais nos dá confiança de que a recuperação será mais forte do que o previsto atualmente”.

Ainda em seu discurso no FMI, o ministro pontuou algumas questões relativas à economia global e lembrou que as projeções de crescimento do mundo sofreram revisões significativas e, agora, apontam para uma recessão global sincronizada e severa. Além disso, Guedes destacou que a natureza extraordinária do choque “eleva a níveis recordes os desafios enfrentados” por economias de países emergentes.

“Além de ter que realocar recursos fiscais escassos e, em muitos casos, já sobrecarregados, para reforçar os sistemas de saúde e apoiar a economia, os emergentes estão tendo que lidar com uma reversão incomparável dos fluxos de capital, a queda repentina da demanda externa, uma queda drástica dos preços das commodities, em particular o petróleo, e perspectivas fracas de remessas”, disse o ministro.

Valor Econômico