Funcionários do BB querem explicações do presidente do Banco

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Foto: Marcos Corrêa/PR

A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) vai encaminhar ainda nesta sexta-feira, 3, carta ao Conselho de Administração do banco pedindo esclarecimentos sobre a fala do seu presidente, Rubem Novaes, criticando a atuação dos governadores e com ataques ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Para a associação, Novaes expressou “juízos e ilações” que ferem a reputação do banco e ameaçam os negócios da empresa. A associação, que representa cerca de 100 mil funcionários do BB na ativa e aposentados, diz que as declarações contrariam políticas internas de governança.

A carta diz que afrontar governadores e prefeitos, além de lideranças do Legislativo, compromete a atuação responsável e correta do BB em torno de políticas públicas urgentes e necessárias no contexto de combate à covid-19.

“Atacar lideranças do Legislativo fere também princípios sagrados e assumidos pela empresa. Chamamos atenção para o Código de Ética do Banco do Brasil, sobretudo nos tópicos que enfatizam a necessidade de prevenir constrangimentos e prejuízos à imagem do Banco e abordam a relação com governos e setor público”, diz a carta, assinada pelo presidente da ANABB, Reinaldo Fujimoto.

O Estado revelou na quinta-feira que Novaes encaminhou via WhatsApp, a mensagem: “Caiam na real” acompanhada do vídeo postado pelo presidente Jair Bolsonaro com o apelo de uma apoiadora pela reabertura do comércio no País, em meio à pandemia da covid-19.

Ao ser questionado pela reportagem sobre o vídeo, o presidente do BB disse que “governadores e prefeitos impedem a atividade econômica e oferecem esmolas, com o dinheiro alheio, em troca”. “Esmolas atenuam o problema, mas não o resolvem. E pessoas querem viver de seu esforço próprio”, disse.

Maia reagiu à critica e houve resposta de Novaes.

“O Rodrigo não me conhece. Meu apego ao cargo é zero. Nossa diferença é que eu sou Fluminense e ele é Botafogo”, afirmou Novaes. Botafogo é o time do presidente da Câmara e foi também e o nome supostamente dado a Maia nas planilhas da Odebrecht, na Operação Lava Jato.

A associação dos funcionários alega que a manifestação do presidente do banco não afeta apenas Estados e municípios como clientes, mas as parcerias em inúmeros projetos, programas e políticas públicas que beneficiam o setor produtivo.

Estadão