Maia diz que Bolsonaro deve ter cuidado com o que posta

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Foto: Nelson Almeida /AFP

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o presidente da República, Jair Bolsonaro, deveria ter mais cuidado com o que publica nas redes sociais. Nesta quarta-feira, 1º, o chefe do Executivo publicou no Twitter um vídeo de um homem que apontava o desabastecimento na Ceasa de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, e dizia que “a culpa é dos governadores”. O conteúdo do vídeo, porém, foi desmentido pela Secretaria de Agricultura de Minas Gerais que, em nota, informou que o local está funcionando normalmente.

“Essas informações desencontradas podem gerar preocupação na sociedade e claro que o Twitter do presidente deveria ter cuidado maior em relação ao que posta. Hoje ele não é apenas dono de uma conta no Twitter e quando ele fala lá, fala como presidente”, disse Maia.

Maia falou ainda sobre as medidas para combater a crise e disse que o melhor caminho seria votar nessa semana um grande pacote, a exemplo dos demais países. “Atendendo a todos segmentos da sociedade em um grande pacote, isso ajudaria tirar pressão grande que o parlamento vem sofrendo de muitas ideias que vem de forma solta de segmentos da sociedade”, disse.

O deputado afirmou ainda que apesar dos anúncios de novas medidas, feitos hoje pelo governo, o projeto da Câmara sobre a complementação a garantia de valores dos fundos de participação de municípios e Estados segue de pé. O texto é de autoria do líder do DEM, Efraim Filho (PB).

Maia voltou a ressaltar a necessidade da PEC do Orçamento de Guerra e disse que a proposta foi construída em diálogo com o presidente do Banco Central e economistas que passaram pelo banco. Ele disse ainda que há uma demanda a ser analisada ainda para que o texto permita que o BC possa comprar títulos públicos.

“Estamos dialogando com os bancos públicos para ver que condições podem ajudar as empresas, BNDES está um pouco travado demais”, afirmou. Para ele, ainda são necessárias outras medidas para socorrer o setor privado. “No setor aéreo nada de muito importante foi feito até agora”, disse.

Para ele, a recuperação da economia será maior ou menor dependendo da a capacidade do País de enfrentar o vírus. Com isso, ele lembrou que há falta de equipamentos para combater a doença no País e disse que o setor privado pode contribuir para vencer essa escassez. “Muita indústria pode mudar sua linha de produção para fazer esses equipamentos (como respiradores)”, disse.

Estadão