Mandetta ridiculariza seguidores de Bolsonaro

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Foto: Adriano Machado / REUTERS

Na semana em que o presidente Jair Bolsonaro teve quatro postagens derrubadas por três redes sociais por conter “desinformação” no contexto do novo coronavírus, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fez um apelo à população para que diminua as “fake news”. Segundo ele, “dá um trabalho enorme para tirar” as mensagens falsas sobre o tema.

— Aos que destilam ódio, fake news, calma um pouco. Deixe as pessoas respirarem um pouco para depois fazer um pouco de fake news. Em vez de postar dez fake news, poste duas. Já ajuda, porque dá um trabalho enorme para tirar as fake news — falou Mandetta, de forma irônica.

As declarações do ministro ocorreram em coletiva de imprensa nesta sexta-feira no Palácio do Planalto. É cada vez mais elevada a tensão entre Bolsonaro e Mandetta, que discordam sobre a abrangência do isolamento que deve ser feito para diminuir o ritmo de transmissão da covid-19.

Ontem, o presidente chegou a dizer em entrevista que “falta humildade” a Mandetta e que nenhum ministro é “indemissível”. Na coletiva de hoje o ministro voltou a dizer que fica no cargo até quando o presidente quiser.

Facebook, Instagram e Twitter apagaram nesta semana postagens do presidente de um tour que ele fez pelo Distrito Federal no domingo, causando aglomerações de pessoas, o que não é recomendado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nos vídeos publicados, Bolsonaro defendeu o retorno ao trabalho e se colocou contra o isolamento determinado por governadores no país, afirmando ter preocupação com o desemprego. O presidente também aparece citando a cloroquina, remédio para doenças como malária e lupus, como alternativa avançada em estudo para tratamento da doença. Não há ainda comprovação de eficácia do medicamento contra o novo coronavírus.

Após apagar postagem de Bolsonaro, o Twitter disse em nota que “anunciou recentemente em todo o mundo a expansão de suas regras para abranger conteúdos que forem eventualmente contra informações de saúde pública orientadas por fontes oficiais e possam colocar as pessoas em maior risco de transmitir Covid-19”.

Bolsonaro também compartilhou um vídeo com informações falsas sobre um suposto desabastecimento na Central de Abastecimento de Belo Horizonte causado por medidas de contenção ao novo coronavírus. O presidente, que aproveitou a ocasião para criticar prefeitos e governadores, apagou a publicação quando a informação foi desmentida e pediu desculpa.

O Globo