Novo chefe da PF tentará mudar investigação da facada

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Uma das maiores irritações do clã Bolsonaro com a PF de Maurício Valeixo sempre foi a investigação da facada da qual o então candidato Jair Bolsonaro foi vítima. Nunca Bolsonaro e filhos se conformaram em não aparecer um mandante, de preferência ligado à esquerda.

Bolsonaro e os filhos já deixaram claro que esta será uma missão importante para Alexandre Ramagem, o novo diretor-geral da PF: que novas investigações descubram o que não foi descoberto ainda. Beleza. Bolsonaro talvez desconheça, mas se houve um inquérito ao qual a PF se empenhou, botando até mais policiais que numa investigação normal — o que é compreensível — foi esse.

Já Bolsonaro, sem ter investigado nada, queria porque queria que a PF apontasse um resultado que ele previamente botou na cabeça ser o correto.

Na PF, durante o período de investigação do caso, havia até uma brincadeira interna quando o assunto era esse. Dizia um delegado:

— É como dizemos aqui, o Bolsonaro só iria ficar satisfeito se a investigação apontasse para o Jean Wyllys…

Essa obsessão de Bolsonaro lembra a que ele tinha com a caixa-preta do BNDES. Primeiro tinha dado um prazo de 30 dias para o então presidente do banco, Joaquim Levy, abrir a caixa-preta. O tempo passou, Levy expôs no site do BNDES os dados que encontrou, mas nunca satisfez Bolsonaro. Levy foi demitido. Gustavo Montezano entrou no BNDES com a mesma missão. Meses depois, admitiu que auditorias internas não detectaram problemas. Nunca mais Bolsonaro falou do tema.

Alexandre Ramagem pode se preparar: ou encontra o que Bolsonaro já botou na cabeça que existe, ou terá problemas.