Pandemia pode “incendiar o mundo”

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Foto: Reprodução

Com espantosa lucidez aos 96 anos, o ex-secretário de Estado americano e ganhador do Nobel da Paz Henry Kissinger alertou para o surgimento de um novo ordenamento mundial após a pandemia de covid. Um desafio que exigiria dos Estados Unidos intensa participação em um programa global de recuperação. O risco estaria no “fracasso que pode incendiar o mundo”. Ele escreveu no The Wall Street Journal: “Embora o ataque à saúde humana seja – esperançosamente – temporário, o levante político e econômico que desencadeou pode durar gerações”.

Para Kissinger, o maior problema é que os líderes mundiais ainda pensam nas soluções para a pandemia apenas em caráter nacional, vislumbrando o horizonte de eventos que podem ou não manter suas agremiações no comando dos países. Este pode ser um engano fundamental e irreversível capaz de afetar o destino das nações.

Os exemplos históricos de sucesso diante do mundo pós-covid estariam no Projeto Manhattan e no Plano Marshall, os programas que criaram a bomba atômica e ajudaram a reerguer a Europa Ocidental após a 2ª Guerra, respectivamente, estabelecendo o mundo contemporâneo que agora está ameaçado. Para tanto, os EUA precisariam assumir um novo protagonismo em três áreas: controle de doenças infecciosas, recuperação econômica e combate à pobreza.

“Precisamos desenvolver novas técnicas e tecnologias para controle de infecções e vacinas proporcionais em grandes populações. Cidades, estados e regiões devem se preparar consistentemente para proteger seu povo de pandemias, através do armazenamento, planejamento cooperativo e exploração nas fronteiras da ciência”, escreveu. A seguir, exortou os EUA a “se esforçarem para curar as feridas da economia mundial”, que são “diferentes de tudo o que se sabe na história”. O terceiro passo estaria em programas que “também devem procurar aliviar os efeitos do caos iminente nas populações mais vulneráveis ​​do mundo”. Kissinger defende o intervencionismo estatal para que os EUA não abandonem no futuro próximo os “princípios da ordem mundial liberal”, já que “a prosperidade depende do comércio global e do movimento de pessoas”.

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