Sucessão de Mandetta faz bolsonaristas se engalfinharem

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Foto: Jorge William / Agência O Globo

A possível demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem provocado uma queda de braço entre auxiliares e aliados do presidente Jair Bolsonaro. Hoje, há uma disputa pela indicação do sucessor no comando da pasta.

Nos últimos dias, Bolsonaro tem dedicado grande parte de sua agenda a conversas sobre o futuro da Saúde. O presidente tem sido orientado a buscar um nome técnico e que tenha respaldo na classe médica – assim, avaliam aliados, o impacto da demissão de Mandetta tende a ser minimizado.

Segundo relatos, Bolsonaro tem diversas opções sobre a mesa, mas a queda de braço interna pela indicação do substituto de Mandetta tem postergado a decisão do presidente. A cotação dos ministeriáveis varia a cada nova conversa.

Tido como um dos nomes fortes, Claudio Lottenberg, presidente do Conselho do Hospital Israelita Albert Einstein, teria perdido pontos nas últimas conversas. Pesa contra ele o fato de comandar o LIDE Saúde, do grupo empresarial fundado pelo governador de São Paulo, João Doria – um dos principais adversários políticos de Bolsonaro na crise do coronavírus.

Desde segunda, uma ala do Palácio do Planalto passou a atuar pelo nome do oncologista Nelson Teich. O médico teria, segundo relatos, apoio do chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Fabio Wajngarten. O empresário Meyer Nigri, dono da construtora Tecnisa, também estaria atuando por Teich.

Outro grupo tem atuado fortemente pela cardiologista e pesquisadora Ludhmila Hajjar, diretora de Ciência e Inovação da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O presidente, de acordo com aliados, tem simpatia pela médica. Interlocutores de Bolsonaro disseram ao GLOBO que o cirurgião Antonio Macedo, responsável pelas últimas cirurgias do presidente, apoia Hajjar.

Tida como mais técnica, a cardiologista também teria respaldo de outros nomes da República, como o do procurador-geral, Augusto Aras.

Diante da indefinição, uma ala do governo passou a defender que Bolsonaro demita Mandetta e deixe o número dois da pasta, João Gabbardo, no comando da Saúde até que o presidente tome sua decisão.

O Globo