Witzel diz que Bolsonaro tem obrigação de ajudar Rio

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Foto: Eliane Carvalho/Agência O Globo

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), afirmou que a ajuda financeira do governo federal aos Estados, para mitigar os efeitos da crise do coronavírus, é uma obrigação. “Em países como Itália e Estados Unidos, as medidas restritivas são mais rígidas do que as nossas. E lá os governos federais têm a noção e a responsabilidade de socorrer os Estados. E eu tenho certeza de que o nosso governo federal fará o mesmo. Não como um favor, como avaliam alguns, mas como uma obrigação”, escreveu Witzel, pelo Twitter.

Numa série de publicações pela rede social, o governador do Rio disse que no momento há falta de produtos médicos para combater a covid-19 no mercado, além de um leilão internacional, que vem elevando todos os preços. “O respirador, que custava US$ 9.000, já flutua no mercado entre US$ 40.000 e US$ 60.000, nesse absurdo leilão. Os Estados Unidos compraram da China um volume alto de equipamentos e deixaram o Brasil e outros países com dificuldade para aquisição. Os governadores e prefeitos têm feito o máximo para acelerar as compras”, justificou.

Witzel afirmou que o Estado está assinando hoje com a rede D’Or um convênio para a construção de hospitais de campanha no Leblon, zona sul da capital, e no Parque dos Atletas (Parque Olímpico Cidade do Rock), na Barra da Tijuca, zona oeste carioca.

O governador disse que o hospital de campanha montado no Maracanã “segue em velocidade” e será o maior do Estado, com 400 leitos. “Acreditamos que em mais 20 ou 25 dias estará em operação”, afirmou Witzel, que mencionou ainda que o hospital de campanha de Nova Iguaçu, município na zona metropolitana, será modular, com 300 leitos, e apoiará o Hospital da Posse, “sempre sobrecarregado atendendo à Baixada” [Fluminense], depois de passada a pandemia.

O governador do Rio também abordou o afastamento temporário do subsecretário executivo da Saúde, Gabriell Neves, ocorrido no sábado. Witzel afirmou que a medida ocorreu para “que todos os processos em operação fossem auditados pelos órgãos de controladoria”. “Determinei que todos os processos fossem auditados pelo Ministério Público, Controladoria Geral, TCE [Tribunal de Contas do Estado] e demais órgãos de controle. O governo do Estado do Rio não tem tolerância com quaisquer irregularidades e quer apuração”, disse.

O afastamento veio depois de reportagem veiculada pelo telejornal “RJ2”, da TV Globo, na sexta-feira, afirmando que o governo fluminense gastou R$ 1 bilhão na compra emergencial, sem licitação, de equipamentos como respiradores, máscaras e testes rápidos para o combate à covid-19. O maior montante de recursos, quase R$ 836 milhões, seria destinada à organização social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas).

Witzel afirmou ainda que o governo está otimista depois dos dados mostrados na reunião de sexta-feira com o secretário de Saúde, Edmar Santos, quando analisaram os relatórios com a evolução da curva do coronavírus. “Se não tivéssemos tomado medidas restritivas, a realidade seria outra. O isolamento social é uma norma mundial para combater a doença”, disse.

O governador afirmou ainda que o Procon do Estado criou um novo canal, por meio de um contato telefônico com WhatsApp, para que consumidores denunciem irregularidades como a cobrança de preços abusivos. “Não vamos permitir que a população do Rio seja extorquida”, afirmou. Wilson Witzel

Valor Econômico