Agências internacionais criticam generais na pandemia no Brasil

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Foto: Reprodução

A agência Reuters noticiou que o Brasil “passou EUA em mortos por dia” e, logo depois, que “pode passar de 125 mil mortos em agosto, diz estudo dos EUA”.

Na sequência, soltou longa investigação, que mobilizou seis repórteres e saiu por New York Times e outros, mostrando como “Bolsonaro colocou generais para combater coronavírus, e Brasil está perdendo a batalha” —o título em português dado pela agência, ligeiramente diferente do despachado (reprodução abaixo).

Citando quatro fontes, destaca que em março, dias após Braga Netto assumir a pasta, uma “intervenção da Casa Civil” levou à diluição da ordem do Ministério da Saúde para cancelar cruzeiros e eventos.

Foi o primeiro de vários movimentos em que “o poder foi mudando da Saúde para a Casa Civil liderada por um general do Exército”. Saíram dois ministros da Saúde e “o interino agora é outro general do Exército”. Ambos e vários outros liderados por “um ex-capitão de extrema direita do Exército”.

A Reuters não se restringiu aos militares. Citando duas fontes, afirma que Solange Vieira, “aliada de Paulo Guedes” no governo, disse, diante das projeções feitas pela Saúde em março:

“É bom que as mortes se concentrem entre os idosos. Melhorará nosso desempenho econômico, reduzirá nosso déficit previdenciário.”

Do inglês The Guardian à alemã Der Spiegel, passando por jornais de Argentina e outros: “Algumas das principais organizações de notícias do Brasil suspendem a cobertura da residência presidencial, sinal mais recente de deterioração da liberdade de imprensa sob Bolsonaro”.

O presidente “abusa regularmente de repórteres e incita seus apoiadores” a atacá-los.

Washington Post, New York Review of Books (acima), Jacobin e outros vêm noticiando e resenhando nos EUA o livro “The Jakarta Method”, do americano Vincent Bevins, ex-correspondente do Los Angeles Times no Brasil e do WP na Indonésia. “Jacarta” é palavra-código usada para operações que teriam matado pelo mundo, entre outros, o jornalista Vladimir Herzog, em 1975.

Também veículos indonésios.

Folha De S. Paulo