Alemanha inicia teste de vacina em humanos

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Foto: Marcello Casal

A empresa alemã BioNTech e a gigante farmacêutica norte-americana Pfizer anunciaram que iniciaram o primeiro grupo de testes em humanos de uma possível vacina contra a covid-19, segundo informaram as duas empresas de biotecnologia em um comunicado. Trata-se do teste mais avançado na Alemanha e acontece depois que o Reino Unido anunciou na semana passada que o Hospital Universitário de Southampton iniciaria o primeiro teste em humanos de uma vacina contra o coronavírus.

Na semana passada, a BioNTech, com sede em Mainz, no oeste do país, obteve autorização na Alemanha para iniciar os testes em seres humanos. A vacina candidata, a BNT162, começou a ser aplicada em 23 de abril em uma primeira pessoa e nesta quarta-feira um primeiro estudo foi concluído em um total de 12 pessoas.

O próximo passo é aplicar a vacina em 200 pessoas saudáveis com idades entre 18 e 55 anos, com o objetivo de encontrar a dose adequada e o grau de eficácia. O objetivo é obter os primeiros resultados dessa fase em junho. Em uma fase posterior, a vacina será testada em pessoas com maior vulnerabilidade à covid-19. Antes do teste em humanos, a empresa alemã havia testado a vacina em camundongos.

O Instituto Paul-Ehrlich, responsável pelo processo de autorização de vacinas na Alemanha, confirma que este é o primeiro teste em humanos no país, onde outros laboratórios também estão trabalhando no desenvolvimento de possíveis vacinas. Por enquanto a BioNTech não revelou o cronograma estimado de quando o produto final pode estar pronto. O teste que agora começa está sendo realizado com vacinas com RNA mensageiro, que a BioNTech já havia testado no passado em 250 pacientes com câncer.

A BioNTech e a Pfizer trabalham juntas para desenvolver a vacina. O objetivo é iniciar a fase de testes nos Estados Unidos assim que as empresas obtiverem a autorização necessária, de acordo com o comunicado. A BioNTech também colabora com a Fosum Pharma na China, onde também planeja realizar testes.

A covid-19 já matou mais de 227.000 pessoas em todo o mundo e os casos diagnosticados ultrapassam os três milhões, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Por enquanto não existe uma vacina pronta em todo o mundo capaz de deter o avanço do coronavírus, mas existem mais de 115 projetos de vacinas em todo o mundo, vários deles em humanos, liderados pela China e pelos EUA, que têm os estudos mais avançados no momento. Duas vacinas também estão sendo testadas na Espanha.

El País